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Crise global afeta balanço das empresas exportadoras

Demanda cai com recessão na Europa e desaceleração na economia chinesa

Setores de mineração e celulose estão entre os atingidos; problemas operacionais também pesam nos resultados

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

As exportadoras brasileiras sentiram os efeitos da crise global no primeiro trimestre. É o que mostram os balanços financeiros divulgados nas últimas semanas.

A seleção dos resultados feita pela Folha mostra que a retração nas exportações atinge diferentes setores. De mineração a alimentos, houve queda ante o quarto trimestre de 2011.

O quadro revela também que as menores exportações afetaram a receita total, embora as vendas no Brasil, em alta, compensem parcialmente a queda lá fora.

Cada empresa tem uma explicação para a piora. Mas é difícil não ligar as perdas à demanda mais fraca, provocada pela recessão na Europa e pela desaceleração da China.

"A crise afetou todos os setores ante o trimestre anterior", diz Pedro Galdi, analista chefe da corretora SLW.

O presidente em exercício da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, diz que os números refletem a queda nos volumes exportados.

"Os preços ainda estão, em sua maioria, estáveis. Mas, se houver qualquer imprevisto na China, eles cairão, mudando o cenário para a balança comercial", diz Castro, que estima um recuo de 7% nas exportações deste ano.

No caso do minério de ferro, o efeito da menor demanda sobre os preços já chegou.

As intensas chuvas no início deste ano no país paralisaram minas e diminuíram o volume de vendas de minério de ferro.

Mas a queda no preço do produto foi fundamental para a piora na receita. O valor médio de venda da tonelada de minério pela Vale e pela CSN caiu 9% em relação ao quarto trimestre de 2011.

CELULOSE

A Suzano Papel e Celulose também enfrentou problemas operacionais, com a paralisação não programada de uma de suas unidades.

O imprevisto provocou perda de 50 mil toneladas de celulose, ou 3% da capacidade anual da empresa. Mas a retração nas exportações, em volume, foi bem maior: 17%.

Já a BRF-Brasil Foods atribui a queda de suas exportações a fatores isolados, como os efeitos da primavera árabe no Oriente Médio e maiores estoques no Japão.

"Não sentimos queda no consumo porque vendemos carne de frango, que é mais resistente ao desemprego e à queda na renda", afirma Leopoldo Saboya, diretor Financeiro da empresa.

A petroquímica Braskem admitiu que a queda na demanda no mercado internacional influenciou o resultado do primeiro trimestre.

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