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Construtoras reduzem ganhos e valor das ações desaba na Bolsa

Com alta de material e mão de obra, empresas priorizam custos

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Inflação da mão de obra e do material de construção, imóveis encalhados e estoques elevados, dificuldade para repassar custos maiores, atrasos nas obras e mais aperto nas condições de financiamento do consumidor.

O cenário reduziu o ritmo de lançamentos e interrompeu o ciclo de lucros ascendentes das construtoras no primeiro trimestre de 2012, período de ajustes para um dos setores de maior crescimento até meados de 2011.

Na Bolsa, as ações do setor são hoje uma sombra do que foram há um ano. A Gafisa vale quase um terço menos.

No primeiro trimestre, a construtora seguiu no vermelho, mas reduziu em 27,2% o prejuízo em relação ao mesmo período de 2011 -R$ 31,5 milhões ante R$ 43,3 milhões.

No caso da Brookfield, cujas ações caíram 20% nesta semana, a situação foi agravada por devoluções de imóveis vendidos e estouros nos orçamentos de quase todas as obras. O lucro desceu de R$ 65,8 milhões para R$ 4 milhões ante o primeiro trimestre de 2011.

Ao mesmo tempo, as construtoras estão reconhecendo perdas contábeis do passado e passando os balanços a limpo para ficar mais bem preparadas para o próximo ciclo de expansão.

"Apesar dos resultados, prevemos um ano bom para as construtoras", diz Claudia Oshiro, da Tendências.

"Depois do boom causado pelas aberturas de capital na Bolsa, houve uma consolidação do setor, que agora deve voltar a um ciclo mais normal de crescimento. A questão é como vão se preparar para esse novo ciclo", disse Daniel Pitelli, professor da FIA-USP.

Para controlar os custos, a maioria reduziu o ritmo e focou a atuação em ramos de maior ganho ou naqueles com mais mais experiência.

ALTA RENDA

Foi o caso da Cyrela, que tem focado a média e a alta renda e teve o melhor resultado entre as incorporadoras, segundo a corretora Planner. Apesar de reduzir em 28% os lançamentos, o lucro subiu de R$ 74 milhões para R$ 118 milhões, alta de 59%.

José Florencio, diretor da Cyrela, diz que a empresa optou por não entrar no segmento de baixa renda, embora ele seja maior. "Traria muita dor de cabeça."

Focada na baixa renda, a mineira MRV também reduziu em 38% o volume de lançamentos em relação a 2011. Mesmo assim, teve queda de só 2% nas vendas.

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