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Meta do governo é reverter cenário de letargia econômica

Economia demora a reagir no quadrimestre, apesar da queda dos juros e da desoneração da folha de salários

BB permitirá que clientes tomem empréstimos dando como garantia um automóvel já quitado

DE BRASÍLIA

É o crescimento da economia a principal preocupação do governo por trás das medidas para os setores de material de construção e veículos. O temor é que o crescimento do PIB fique abaixo dos 3%, como já projetam alguns analistas.

Se a previsão se confirmar, a presidente Dilma encerrará seu segundo ano de mandato com desempenho próximo ao do ano passado, no qual o PIB subiu 2,7%.

A falta de crédito no mercado é considerada um "grave" entrave para economia. Segundo relatos apresentados ao ministro Guido Mantega (Fazenda) nesta semana por representantes da área de material de construção, de cada 10 propostas para financiar pequenas obras e reformas, apenas 2 são aprovadas.

No passado, eram oito aprovadas, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, Walter Cover.

A justificativa dos bancos, segundo ele, é o crescimento da inadimplência no crédito em geral. Além disso, segundo apurou a Folha, as instituições financeiras estão bem mais seletivas nesse segmento porque não há garantias para os financiamentos e há mais risco de fraudes.

Nas últimas semanas, aumentou a preocupação da presidente Dilma com a demora da economia em reagir apesar dos estímulos dados, como desoneração da folha de pagamento das empresas, redução de tributos para vários setores, queda da taxa básica de juros e uma ofensiva dos bancos oficiais para baratear o crédito.

A presidente convocou Mantega para analisar os motivos de as medidas já anunciadas estarem demorando a ter efeitos e definir novas ações para tentar fazer a economia reagir.

O principal temor do governo é que o agravamento da crise na Europa derrube o crescimento da economia brasileira no segundo semestre. A equipe econômica apostava que, a partir de julho, o país estaria crescendo a um ritmo de 4,5% ao ano.

Ainda permanece a expectativa de melhor desempenho. Porém, com os dados ruins do primeiro quadrimestre, fica cada vez mais difícil alcançar uma taxa de 3,5%.

CRÉDITO PARA VEÍCULOS

No setor de veículos, os bancos oficiais já estudam formas de aumentar a concessão de crédito. O Banco do Brasil aposta nas linhas feitas diretamente aos clientes, sem intermédio das concessionárias, para baratear o custo desses financiamentos.

Duas linhas do BB foram reformuladas e serão oferecidas com prazo maior e custo menor no fim deste mês.

Uma é para estimular que quem tem carro financiado em outras instituições migre para o banco.

A outra permitirá que clientes tomem empréstimos pessoais dando como garantia um automóvel já quitado.

Entre as medidas em estudo, estão a redução do IOF cobrado sobre os financiamentos para a compra de veículos e a liberação de depósitos compulsórios condicionada ao direcionamento dos recursos para o crédito de carros.

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