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Setor não precisa de socorro, diz analista

CLAUDIA ROLLI
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

O setor automotivo passa por uma "acomodação" em sua produção e em seus estoques e não precisa de novos incentivos do governo para atingir a meta de aumentar em 5% as vendas deste ano.

A avaliação é do professor Luiz Carlos Mello, coordenador do CEA (Centro de Estudos Automotivos) e ex-presidente da Ford.

A indústria automobilística encerrou abril com estoques equivalentes a 43 dias de vendas, incluindo os volumes parados nas montadoras e nas concessionárias.

Segundo a Anfavea (associação dos fabricantes), esse é o maior nível desde novembro de 2008, início da crise global, quando o encalhe correspondia a 56 dias de vendas. Em março deste ano, os estoques do setor eram de 35 dias. Em fevereiro, 38.

"Desde o fim de 2011, quando houve aperto no crédito e principalmente redução nos prazos de financiamento de carros, o mercado passa por uma acomodação. Isso não significa que está em crise e precisa ser socorrido."

Recentemente, o setor já obteve ajuda do governo, diz Mello, ao impor cotas para importação de veículos do México.

Para Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave (associação que reúne as concessionárias), houve uma "ligeira melhora" nas vendas da primeira quinzena deste mês (cresceram 3%) ante o mesmo período de abril, em razão da queda de juros puxada pelos bancos públicos.

"Existe comprador, existe vontade do consumidor. O que não existe é crédito", afirma. Segundo ele, hoje o mercado pede 30% do valor do carro como entrada e financia o saldo em até 48 meses, o que não é compatível com a renda dos brasileiros.

O setor defende parcelamento de 60 meses e entrada de até 20%. A queda nas vendas das concessionárias foi de 3,5% de janeiro a abril ante o mesmo período de 2011.

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