Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Saldo da poupança sobe após mudança no ganho

Volume passou de R$ 435,6 bi para R$ 438 bi desde o início da nova regra, em 4 de maio

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Os poupadores não se intimidaram com a mudança no rendimento da caderneta, que deverá implicar a partir do final do mês numa redução do ganho original.

Uma semana após o anúncio das novas regras houve leve crescimento no volume das aplicações e no saldo da caderneta de poupança.

Desde o anúncio da mudança, que passou a valer no dia 4, os saldos na poupança saltaram de R$ 435,59 bilhões para R$ 438,02 bilhões.

Naquele dia, os novos depósitos passaram a ser submetidos à regra de rendimento de 70% da taxa Selic, que só vale com a taxa básica em 8,5% ao ano, prevista para ocorrer no dia 30. Os saldos anteriores seguem corrigidos a 0,5% ao mês mais TR.

Só na Caixa Econômica Federal, que concentra 35% da poupança no país, foram captados R$ 145,8 milhões e abertas 143,5 mil novas contas desde o dia 4. A média diária de depósitos no ano, porém, caiu de R$ 23,7 milhões, antes da mudança, para R$ 22,4 milhões no período posterior.

Para Fábio Lenza, vice-presidente da Caixa, o poupador aprovou a mudança.

"Houve uma rápida compreensão de que a mudança foi favorável ao poupador e necessária ao país. Os números mostram a grande competitividade da poupança frente às demais aplicações."

Segundo Lenza, a poupança bate os fundos DI com taxa de administração acima de 1,08% (no caso de resgate até 12 meses) e dos CDBs que pagam menos de 92% do CDI (resgate até seis meses).

"Aumentou e vão aumentar ainda mais os depósitos. Em 40 anos, nunca vi a poupança, que sempre teve o menor dos rendimentos das aplicações, em uma posição tão favorável", disse o matemático José Dutra Sobrinho.

Para Osmar Roncolato, vice-presidente da Abecip (associação do crédito imobiliário), ainda é cedo para dizer que a mudança pode acarretar em aumento dos depósitos e nos saldos da poupança. A Abecip acompanha de perto a captação da caderneta, que destina 65% dos saldos ao crédito imobiliário.

"Olhando os saldos no início de maio, a gente verifica que a população acreditou no que foi feito e que há uma tendência de crescimento. Foi tudo simples e transparente."

Roncolato, porém, lembra que a poupança segue uma sazonalidade própria ao longo do mês, com aumento nos depósitos nos dias de pagamento de salário e saques maiores nos finais de semana. Ele afirma que só terá uma ideia melhor do impacto da mudança após a Selic cair para 8,5% e acionar o gatilho do retorno de 70% da taxa.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.