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Facebook agora bate recorde de queda

Em 3 dias na Bolsa, rede social acumula maior perda entre empresas que levantaram mais de US$ 1 bi nos últimos 5 anos

Desvalorização de ações da empresa que realizou a maior abertura de capital das companhias de tecnologia é de 19%

HELTON SIMÕES GOMES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de protagonizar a maior oferta pública de ações entre empresas de tecnologia, na quinta-feira passada, o Facebook quebrou ontem outro recorde: o pior desempenho entre companhias que fizeram grandes aberturas de capital nos últimos cinco anos.

Segundo a consultoria Dealogic, a queda de 18,5% em três dias de negociação conferem às ações do Facebook a pior estreia entre os lançamentos de ações que levantaram mais de US$ 1 bilhão.

Ontem, as ações caíram 8,9%, cotadas a US$ 31 (R$ 63,14), na Nasdaq. O preço inicial foi de US$ 38 (R$ 77,52).

O acúmulo de deslises do Facebook superou a queda de 13% da gestora de ativos Och-Ziff, que abriu capital em 2007. Na lista das dez maiores estreias ruins, estão a Zynga e o Santander Brasil.

A criadora do FarmVille e geradora de boa parte da receita da rede social levantou US$ 1 bilhão no ano passado para em seguida as ações caírem 8%.

Já a subsidiária brasileira do banco espanhol arrecadou US$ 7,5 bilhões em 2009. Três dias depois, as ações já acumulavam um recuo de 2%.

Uma das mais esperadas pelo mercado, a estreia do Facebook no mercado arrecadou US$ 16 bilhões e superou a do Google, que, em 2004, levantou US$ 2 bilhões, em preços de hoje.

MENOS RICO

Ontem, a queda foi menos acentuada do que de segunda-feira, de 11%.

Com dois dias de resultados ruins, Mark Zuckerberg, cofundador da rede social, já teve seu patrimônio reduzido em US$ 3,47 bilhões. Agora, tem fortuna de US$ 15,05 bilhões, segundo a "Forbes".

O mercado voltou a reagir mal à queda do Facebook, prejudicando as ações de outras empresas de tecnologia. A Zynga caiu 4%.

Analistas culpam a especulação dos bancos pela estreia minguada. Além disso, o preço estabelecido inicialmente foi alto. Um dia antes de lançar os papéis na Bolsa, fundos e investidores antigos do Facebook elevaram o número de ações em 25%.

Segundo a agência de notícias Reuters, bancos responsáveis pela abertura de capital, como o Goldman Sachs, reduziram suas previsões para investidores sobre a oferta antes que ela ocorresse. Eles fizeram isso por terem tido acesso a relatórios que mostravam diminuição do ritmo na receita do site.

Investidores pedem que a SEC (órgão equivalente à CVM brasileira) investigue por que o arrefecimento nas vendas não foi divulgado. A entidade já analisa a falha na Nasdaq, que atrasou a abertura de capital em uma hora.

Para Laura DiDio, analista sênior da consultoria americana Itic, nada mudou na empresa em uma semana, mas "a indústria está examinando o Facebook com um olhar mais crítico".

FOLHA.com
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