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Brasil cai em ranking da competitividade País passa de 44º para 46º entre 59 economias pesquisadas por instituto; desde 2010, declínio é de oito posições Índice é baseado em desempenho da economia, eficiência do governo e dos negócios e infraestrutura MARIA PAULA AUTRANDE SÃO PAULO O Brasil está menos competitivo no cenário internacional, de acordo com o Índice de Competitividade Mundial 2012. O país caiu duas posições no ranking e ocupa agora o 46º lugar entre as 59 economias pesquisadas. O índice é desenvolvido pelo IMD (International Institute for Management Development) e analisa dados estatísticos internacionais e nacionais -como PIB, taxa de juros e inflação- e uma pesquisa com executivos. É calculado em pontos, de 0 a 100, e considera competitividade um campo de conhecimento econômico que analisa a capacidade de uma nação de criar mais valor para suas empresas e mais prosperidade para seu povo. Para avaliá-la, são considerados quatro critérios: performance econômica -onde o Brasil mais caiu nesta edição -, eficiência do governo, eficiência dos negócios e infraestrutura. Segundo o professor de finanças do IMD Nuno Fernandes, as maiores quedas do país ocorreram em itens ligados à atividade econômica, como fluxo de capitais, finanças públicas, inflação, taxa de câmbio, exportações com valor agregado e custo de vida. Fernandes cita ainda problemas como burocracia, corrupção e o protecionismo, mas afirma que houve melhorias em temas como coleta de impostos, desemprego dos jovens e reservas cambiais. "O protecionismo mina a competitividade das empresas. A produtividade é baixa porque as empresas estão muito protegidas e não precisam competir com as estrangeiras, mas ficam impedidas de competir no mercado internacional", diz. Fernandes ressalta que, no Brasil, só crescem as exportações de commodities e não as que têm valor agregado. Para o professor, as empresas do país devem buscar mais financiamento via mercado de capitais e não somente via setor bancário. Além disso, é preciso investir na infraestrutura ligada à tecnologia e à produção científica e mudar a cultura empresarial, afirma. "É necessário uma nova cultura de risco. Os empresários brasileiros têm uma cultura empreendedora ainda não muito elevada." QUEDAS SEGUIDAS A queda do país no ranking vem ocorrendo desde 2010. Em comparação com a lista daquele ano, o Brasil já caiu oito posições. "A queda é consequência do resultado do ano passado. É um sinal de que esse efeito se mantém e pode continuar se a gente não reverter o quadro do ano passado, que foi a perda de produtividade", diz Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que capta e analisa os dados do Brasil. A primeira posição do ranking permaneceu com Hong Kong, seguido de EUA e Suíça. Todos os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) obtiveram redução de pontos no índice. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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