Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Regra de Kassab estimula vendas de caminhão leve

Aumento é previsto após a Prefeitura de São Paulo tirar empecilhos à circulação

Enquanto o mercado de caminhões pesados enfrenta retração de 30%, o de leves projeta uma expansão de 15%

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Com a autorização para que caminhões de pequeno porte circulem no centro expandido da cidade de São Paulo, os fabricantes preveem expansão nas vendas e aumento de encomendas.

Esse previsão vai na contramão do mercado de caminhões pesados, que enfrenta 30% de queda na produção e 9% de retração nas vendas de janeiro a abril ante o mesmo período do ano passado.

Até dezembro, as vendas dos chamados VUCs (Veículos Urbanos de Carga) e caminhões leves devem crescer até 15% no país, segundo estimativas de montadoras.

As empresas não separam as projeções por cidade, mas São Paulo é um dos maiores mercados.

A Prefeitura de São Paulo, de Gilberto Kassab (PSD), retirou em 17 de maio alguns empecilhos à circulação desses caminhões (VUCs) nos 100 km² da zona máxima de restrição à circulação.

Antes, só circulavam das 10h às 16h. Agora, não há restrição de horário, mas os caminhoneiros precisam se cadastrar na Secretaria Municipal de Transportes e têm de respeitar o rodízio municipal.

As empresas já identificaram maior procura por informações sobre caminhões que se encaixam nos requisitos exigidos para VUCs: ter até 6,30 m de comprimento e 2,20 m de largura.

De janeiro a abril, as vendas dos caminhões da Mercedes-Benz Acello 815 e 1016 (que se enquadram nesse segmento) cresceram 7,3% ante igual período de 2011.

"As consultas já aumentaram. O consumidor compara essa linha, que circula sem restrição e tem peso bruto total de 8 t a 10 t, com as caminhonetes asiáticas, de até 3,5 t", diz Wilson Baptistucci, engenheiro da Mercedes. "Um VUC da Mercedes substitui até quatro picapes coreanas."

Na Iveco, o incremento nas vendas neste ano foi de 25% na linha Daily (com peso total de 2,8 t a 10 t). Para a empresa, a tendência é o cliente diversificar a compra de veículos da categoria VUC.

A disputa pelo mercado de caminhões leves e semileves também já chegou às campanhas publicitárias. Na semana passada, a Hyundai iniciou campanha em jornais e revistas para divulgar o HD 78, modelo que pode circular sem restrição e é fabricado em Anápolis (GO).

A Ford prepara ações para divulgar os benefícios da nova tecnologia Euro 5, que reduz a emissão de poluentes e é obrigatória desde janeiro em todos os caminhões -inclusive na linha Cargo, que se encaixa nos VUCs.

"O cliente precisa de tempo para absorver as mudanças. Comprar caminhão não é como a escolha de um carro, que tem componente emocional. Por isso, serão feitas campanhas educativas para mostrar impactos positivos dessa nova tecnologia", diz Marcelo Bueno, diretor de marketing da Ford.

As vendas de caminhões pesados caíram neste ano em consequência da adoção de nova tecnologia do motor (Euro 5) para atender ao programa de emissões de poluentes. Na categoria VUC, a exemplo das demais, os preços subiram em torno de 10% a 15%, segundo os fabricantes.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.