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Gás natural em SP sobe mais que o dobro da inflação

Consumidor residencial paga mais 10,3% desde ontem; inflação medida pelo IGP-M foi de 4,62% no período

Governo de SP fracassa ao tentar segurar alta; Arsesp diz que reajuste é provisório e que novo aumento é possível

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

A Arsesp (agência reguladora de energia de São Paulo) autorizou reajuste provisório de 10,30% para os consumidores residenciais da Comgás, maior distribuidora de gás natural do país.

Na média, o aumento autorizado ontem foi mais do que o dobro da inflação do período, medida pelo IGP-M: 4,62%. Mais de 1 milhão de consumidores serão afetados.

Conforme a Folha antecipou, as grandes indústrias terão aumento de 16,46%.

O índice ainda pode aumentar ou baixar. Tudo dependerá da evolução do dólar e da negociação entre o governo paulista e a Petrobras acerca do preço do gás.

Por isso, a Arsesp divulgou apenas o reajuste provisório, que já será aplicado a partir de ontem.

BATE-BOCA

O pesado reajuste gerou um bate-boca entre a Secretaria de Energia e a Fiesp.

O diretor de infraestrutura da Fiesp, Carlos Cavalcanti, disse que a negociação com a Petrobras é um esforço "falso".

Segundo ele, a Secretaria de Energia deveria propor redução nos tributos que incidem sobre o produto e negociar uma redução nos lucros da Comgás.

"Se o secretário quisesse mesmo resolver o assunto, atuaria para diminuir o peso do ICMS no gás e faria algo para reduzir o escandaloso ganho de margem que a Comgás tem", disse.

O secretário de Energia, José Aníbal, afirmou que o ICMS sobre o gás em São Paulo é de 12%, o menor do país. Afirmou ainda que o Estado está discutindo formas de reduzir as margens de distribuição.

Ele criticou a forma como Cavalcanti tem atuado em São Paulo. "Esse diretor da Fiesp não tem contribuído em nada no debate entre o setor público e o privado", disse.

Para a Fiesp, a preocupação é o efeito sobre a pequena e média indústria. Em dezembro de 2011, a agência já havia repassado reajustes entre 7,24% e 11,2%, em razão da alta do dólar. As indústrias química, vidreira e ceramista são as mais atingidas.

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