Greve em Santos recua e PF vai investigar ameaças

A greve dos estivadores no porto de Santos perdeu força ontem. Mais de 70% das requisições de trabalhadores avulsos, feitas pelos terminais, foram atendidas no primeiro horário de recrutamento, às 6h.

Às 13h, mais de 90% das requisições foram atendidas. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a situação no porto tende a se normalizar.

O MPT determinou a mudança no sistema de escalação de trabalhadores. Com a nova sistemática, segundo o MPT, os sindicatos dos estivadores e da capatazia perderão o poder de indicação de trabalhadores avulsos.

Segundo Glaucio de Oliveira, procurador do Trabalho e coordenador nacional do Trabalho Portuário, essa é a razão para a reação sindical.

Oliveira e o subprocurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, receberam ameaças de morte através do Facebook. O material foi recolhido e uma queixa-crime foi apresentada pelos procuradores à Polícia Federal.

Além da ameaça, o Ministério Público obteve cópia de um vídeo que mostra a explosão de uma estrutura do órgão que faz o recrutamento dos trabalhadores.

O filme mostra uma pessoa instalando a bomba. O material também será analisado pela Polícia Federal.

Rodnei da Silva, presidente do Sindicato dos Estivadores, negou que a entidade tenha qualquer responsabilidade sobre a ameaça aos procuradores ou sobre o explosivo. "O sindicato não concorda com qualquer agressão verbal ou física", disse. (AB)