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CDB de banco pequeno parou, diz executivo

Com a intervenção do BC no Cruzeiro do Sul, investidores ficam cautelosos na hora de comprar títulos de instituições

Bancos pequenos não fecham negócios com CDBs desde o início da semana nem informam taxas de remuneração

CAROLINA MATOS
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Desde que o BC interveio no Cruzeiro do Sul, o mercado de CDB (Certificado de Depósito Bancário) de bancos pequenos está praticamente parado, disse um executivo de uma das instituições.

Os bancos evitam até informar possíveis taxas de remuneração, especialmente a grandes fundos, para evitar especulações.

Isso porque a remuneração do CDB costuma ser mais alta quanto maior a dificuldade do banco em captar recursos no mercado.

O CDB funciona como um empréstimo feito pelo investidor à instituição, que se compromete a devolver a quantia com juros depois de um determinado período.

Bancos pequenos oferecem maior rentabilidade que os grandes, de varejo, para atrair aplicadores.

Mesmo em momentos de tranquilidade no mercado, as taxas facilmente chegam a 110% do CDI, que é o juro cobrado nos empréstimos entre bancos. Já as instituições de maior porte costumam pagar, no máximo, 100% do CDI.

RISCO MAIOR

A principal desvantagem do CDB de pequenos é que o risco para o investidor é maior que o dos concorrentes de grande porte, já que está diretamente ligado à capacidade da instituição de honrar seus pagamentos.

Sheila Maia, professora e especialista em finanças pessoais da ESPM-Rio, diz que cabe ao aplicador avaliar o risco que vai assumir.

"No caso de instituições pequenas, é aconselhável investir até o limite de R$ 70 mil, que é coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos."

Ainda na avaliação de especialistas, em um cenário de mais desconfiança, produtos financeiros dos grandes bancos, que têm maior capacidade de pagamento, podem ganhar a preferência dos investidores, ainda que ofereçam rentabilidade menor.

"As instituições pequenas mais transparentes na divulgação de dados como patrimônio e inadimplência, no entanto, também podem ganhar mercado", afirma Maia.

Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, não deve haver "corrida bancária" a pequenos e médios para saques. "O sistema financeiro é sólido."

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