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Análise

4G tem potencial para revolucionar o acesso à internet no Brasil

ÁLVARO LEAL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Com o leilão de frequências para o 4G, aumentou no país o debate sobre implementação, desafios e vantagens em potencial dessa tecnologia.

Alguns especialistas argumentam que a discussão está sendo deixada para "última hora", mas a complexidade dela justifica que se discutam detalhes até o último instante -não se trata só de mais uma evolução tecnológica.

O 4G tem potencial para revolucionar o acesso à internet no Brasil, com velocidades dez vezes maiores que a atual, criando base de comunicação capaz de suportar a migração dos computadores fixos (desktops) para grande leque de dispositivos móveis -notebooks, netbooks, tablets, smartphones etc.

No Brasil, a implementação do 4G é discutida apenas cinco anos após a do 3G. É quase o mesmo prazo que economias mais maduras levaram para essa transição.

Um dos principais pontos é a necessidade de ampliação do número de antenas para a cobertura. Estima-se que seja necessário no 4G um número de antenas de três a quatro vezes maior que no 3G.

As operadoras reconhecem esse desafio e questões sobre a viabilidade econômica do investimento em infraestrutura em regiões distantes de centros populosos voltam à pauta dessas empresas.

A aquisição ou o aluguel de áreas para a instalação de antenas é um processo complexo. Envolve a insatisfação de munícipes e, em alguns casos, a necessidade de negociação com prefeituras, nas cidades com leis específicas para a emissão de autorizações de operação de antenas.

Outro ponto complicado é que hoje poucos dispositivos móveis suportam a tecnologia 4G e levará algum tempo para que isso mude. Inicialmente, essa possibilidade será limitada a aparelhos mais caros -planos de acesso serão provavelmente custosos.

Há também o temor de que, em face do investimento para o 4G, a ampliação e a manutenção do 3G sejam reduzidas, causando impacto na qualidade de serviço.

Estamos, entretanto, num momento adequado para essa transição. Uma implementação tecnicamente correta não deveria causar impacto nas redes 3G existentes.

O 4G coincide assim com a tendência de maior mobilidade. Pode fornecer melhor base para expandir o uso de plataformas móveis, reaquecer o mercado de hardware, melhorar a qualidade em banda larga e até possibilitar ganhos em inclusão digital.

ÁLVARO LEAL é consultor sênior da IT Data, especializada em tecnologia

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