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Receita com leilão do 4G frustra governo

Arrecadação com lotes de faixa para o novo sistema de telefonia e internet fica R$ 1 bilhão abaixo do esperado

Anatel, no entanto, diz estar satisfeita por ter conseguido alcançar objetivo de nacionalizar
acesso à nova tecnologia

JÚLIA BORBA
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O leilão da tecnologia 4G frustrou o governo Dilma Rousseff em termos de arrecadação, mas ficou dentro das expectativas de expansão do sistema de telefonia e internet de banda larga.

A receita ficou R$ 1 bilhão abaixo do mínimo esperado pela equipe da presidente. A venda de 54 lotes chegou a

R$ 2,93 bilhões, e os técnicos esperavam arrecadar R$ 4 bilhões em todo o leilão. O ágio médio foi de 31,27%.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), no entanto, diz estar satisfeita e ter conseguido alcançar o objetivo de nacionalizar o acesso à nova tecnologia.

Os quatro principais lotes nacionais foram vendidos para as grandes operadoras do país (Claro, Vivo, TIM e Oi), que terão passar a oferecer o serviço até 2014 pelo menos nas cidades-sedes da Copa.

O governo esperava uma maior competição, o que não aconteceu. Um dos motivos foi a desistência da Net 1, empresa sueca de telefonia.

"O ágio médio mostra que a Anatel acertou nos valores ofertados e soube equilibrar a questão do acesso no país", disse o presidente da agência reguladora, João Rezende.

SEM LANCE

Foram disponibilizados 269 lotes para cobertura nacional móvel e pequenos lotes regionais que atendem a implantação de banda larga fixa e móvel. Desses, 96 nem receberam lance, sendo que 53 eram frequências regionais para o mercado de web fixa.

Nesse segmento, apenas duas empresas concorreram: a Sky e a Sunrise, do megainvestidor George Soros. Juntas, elas levaram 14 lotes e investiram R$ 110 milhões.

A Anatel diz que estudará os motivos que impediram maior concorrência e não descarta que o lance inicial tenha afugentado concorrentes.

As garantias exigidas dos participantes também se tornaram um entrave para as firmas pequenas.

"Sobre as sobras do leilão, devemos decidir o que será feito nos próximos 120 dias. Pode ser que façamos no início de 2013 ou ainda no fim de 2012", afirmou Rezende.

Vários lotes previstos para fazer parte do leilão não puderam ser ofertados. As empresas que já dispunham desses recursos não renunciaram à titularidade, logo continuam donas das frequências.

INVESTIMENTOS

A companhia que mais investiu foi a Vivo, que arrematou apenas um lote nacional, mas gastou R$ 1,050 bilhão.

A Claro desembolsou R$ 988,804 milhões, também por uma faixa nacional, mas buscou aumentar a capacidade em várias regiões do país ao comprar lotes extras em outras 19 faixas.

A TIM pagou R$ 382,238 milhões para atuar em território nacional e comprou outras seis faixas complementares, que, na prática, permitem que ela possa ter mais clientes nessas localidades.

A Oi gastou R$ 399,783 milhões pela faixa nacional e arrematou 11 faixas regionais.

Segundo Rezende, as operadoras também terão de investir até R$ 4 bilhões anuais em redes para conseguir implantar o sistema.

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