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Commodities

Maior produtividade é desafio para a soja

Produtores, empresas de pesquisa e associações querem elevar a produção, mas de forma comercialmente viável

Congresso em Cuiabá discute como o setor pode produzir mais; concursos e incentivos podem ser a solução

MAURO ZAFALON
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ

A produtividade da soja estacionou na média de 3.000 quilos por hectare e, mesmo com as novas tecnologias que chegam ao mercado, não dá grandes saltos.

Essa é uma preocupação não só de produtores, mas também de entidades ligadas à oleaginosa, empresas de pesquisa e associações de produtores.

Alguns números são impressionantes, como o de produção de até 174 sacas por hectare nos Estados Unidos, mas, colocados na ponta do lápis, não deixam de ser somente experimentos e economicamente inviáveis em grandes áreas. O desafio é a busca de uma produtividade maior, mas comercialmente viável.

O incremento vindo da tecnologia é forte, mas isoladamente não vai resolver o problema, segundo José Américo Pierre, superintendente-executivo da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem).

Uma das saídas tem sido a motivação dos próprios produtores por meio de concursos e outros incentivos para descobrir novos caminhos nessa busca por maior produtividade.

Essa preocupação ficou evidente no congresso nacional de soja que está sendo realizado em Cuiabá (MT) pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso).

DESAFIO

Na safra 2008/9, o Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) lançou um desafio nacional para que o produtor obtivesse a máxima produtividade possível no país.

O concurso teve 140 participantes, e a produtividade média dos dez principais foi de 78 sacas por hectare. O líder conseguiu 82,8 sacas.

No concurso seguinte, um produtor já superou a média de cem sacas por hectare, feito que já foi atingido por três na safra 2011/12.

A média dos dez principais produtores do concurso, que reuniu 1.314, já é de 95,5 sacas por hectare, com o líder atingindo 108,7 sacas.

"É somente um concurso, mas que visa fazer o produtor buscar a máxima produtividade", diz Orlando Carlos Martins, presidente do Cesb.

Segundo ele, é preciso fazer o agricultor pensar na produção, que depende da conjugação de vários fatores.

Cada região tem suas características específicas e seus problemas produtivos a serem vencidos, mas Martins considera que em seis ou sete anos a soma de todas as soluções encontradas nesse concurso, que é nacional, vai gerar uma tecnologia disponível para todos os produtores.

Esse trabalho mostra o potencial real da sojicultura e o que já foi conseguido: cem sacas por hectare, o que aponta para um volume que é o dobro da média atual.

Arlindo Moura, presidente da SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de soja do país, também mostrou preocupação com o não crescimento da produtividade da oleaginosa.

Em recente evento da BM&FBovespa, em São Paulo, ele disse que essa estagnação ocorre não somente no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na Argentina.

O jornalista MAURO ZAFALON viajou a convite da Embrapa e da Aprosoja.

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