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Ceará quer ter pesca de lagosta certificada até 2014

Regras que Estado terá de cumprir para obter selo internacional incluem captura do crustáceo na época certa

LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO

O Ceará, maior produtor de lagosta do Brasil, tenta fazer com que a pesca do crustáceo no Estado seja a primeira do país certificada como ambientalmente correta.

O governo e os pescadores vão tentar obter, até 2014, o certificado do MSC (Marine Stewardship Council), uma organização internacional de certificação de pescados.

A certificação se refere à maneira como a pesca é feita e a impactos ambientais da prática. A data foi escolhida por causa da Copa do Mundo, quando o Estado deve receber turistas internacionais.

Segundo o secretário adjunto da Pesca e Aquicultura do Estado, Manuel Furtado, os pescadores terão de cumprir regras como licenciamento do barco, respeito à época de defeso (em que a captura é proibida) e uso de equipamentos corretos.

A pesca predatória da lagosta, feita com redes e compressores para mergulho, destrói o habitat natural dos crustáceos, prejudicando sua reprodução, e é perigosa para os pescadores.

Para conseguir a certificação, será preciso também fazer estudos para saber se, mesmo com a pesca, a população de lagostas está sendo reposta de forma natural.

EXPORTAÇÕES

De acordo com Furtado, a certificação vai aumentar as exportações do produto no Ceará. Sem citar números, ele disse que as vendas para fora do Estado caíram nos últimos anos, depois que México e Austrália conseguiram o certificado.

Segundo o Ministério da Pesca, as lagostas são o principal produto em valor da pauta de exportação de pescados do Brasil e geram cerca de US$ 80 milhões por ano.

Para o secretário, outra vantagem da certificação será o combate à pesca predatória. "Ninguém vai querer comprar o produto sem certificação e essa pesca não vai mais dar lucro", disse.

Para o presidente da associação de pesca de Fortaleza, João Cláudio Rodrigues, certificar não vai resolver o problema.

"Temos que fiscalizar a pesca predatória, ou não vamos mais ter lagosta para pescar de forma legal."

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