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Mercado de assentos nos estádios da Copa gira R$ 200 milhões

Para dar conta de demanda por 600 mil cadeiras, brasileiras buscam parcerias com grupos estrangeiros

Fabricantes de móveis corporativos veem nos eventos esportivos oportunidade para diversificar o portfólio

TATIANA FREITAS
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Sentar em um bloco de concreto para assistir a uma partida de futebol será, em breve, passado.

A Copa do Mundo no Brasil vai abrir uma nova era nos estádios brasileiros e, com ela, uma oportunidade milionária de negócios.

Até 2014, 12 grandes estádios serão remodelados ou construídos para o evento, apresentando uma demanda de aproximadamente 600 mil novas cadeiras esportivas.

O mercado é estimado em R$ 200 milhões pelos grupos que o disputam. São pelo menos duas dezenas de empresas, nacionais e estrangeiras, que apostaram no modelo de parceria para abocanhar pelo menos um contrato.

É o caso da inglesa Bluecube -tradicional fornecedora de assentos para grandes arenas, como o recém-construído estádio olímpico de Londres-, que formou uma joint venture com a brasileira Nöra, especializada em mobiliário corporativo.

"É essencial trabalhar com parceiros locais, para o entendimento do mercado, relacionamento e para oferecer o pós-venda, como manutenção e reposição de peças", afirma Robert Plant, presidente da Bluecube.

DESIGN

A brasileira, por sua vez, ganha, com a parceria, o design da Blucube, material e a experiência na construção e instalação dos assentos.

Segundo Vinícius Cipriano, sócio da Nöra, as cadeiras serão feitas no Brasil -em São Paulo e em Pernambuco. "Do ponto de vista logístico, é mais fácil fabricar os assentos no Brasil", diz ele.

Mas também há uma razão econômica para essa escolha: a fabricação das cadeiras para os estádios da Copa, no país, é isenta de tributos.

Outras empresas brasileiras com tradição em móveis para escritórios e ambientes públicos internos, como aeroportos, viram na Copa e na Olimpíada oportunidade para diversificar seus portfólios.

"Com esses eventos, os assentos para estádios passaram a ter valor agregado e a nos interessar", afirma Linaldo Vilar, diretor de novos negócios da Giroflex.

EUROCOPA

Sem experiência no segmento, a empresa fechou parceria com a polonesa Forum Seating, que entregou quatro estádios para a Eurocopa, e com a alemã Eheim, fornecedora do Allianz Arena, em Munique, na Alemanha.

"Investimos R$ 3 milhões em pesquisa, preparação das fábricas e nas parcerias. Temos condições de atender até cinco arenas da Copa", diz.

Também especializada em assentos corporativos, a Flexform começou a se dedicar às arenas há três anos.

Tornou-se parceira da italiana Bericoplast, que fez o estádio de Gana na Copa da África, para transferência de tecnologia e uso dos modelos.

A partir de sua fábrica de Guarulhos (SP), a empresa está preparada para atender a quatro estádios da Copa.

"Fomos motivados pelos eventos, mas também pela inércia que eles terão no mercado depois", diz Pascoal Iannoni, diretor da Flexform.

Com mais experiência no mercado, a Marfinite preferiu disputar sozinha as arenas da Copa. A empresa já vendeu assentos para estádios como o Engenhão, no Rio, e acabou de fechar contrato para a nova arena do Grêmio. Para a Copa, disputa oito contratos.

A jornalista TATIANA FREITAS viajou a Londres a convite da Nöra Blucube

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