Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
MG faz campanha para tentar elevar royalties de minério Maior produtor do país, Estado quer pressionar governo e Congresso a mudar alíquota que é paga pelas empresas Minas Gerais e Pará já haviam instituído em março cobrança por exportação, e empresas recorreram à Justiça PAULO PEIXOTODE BELO HORIZONTE Maior produtor de minério de ferro do país, Minas Gerais articula campanha para pressionar governo e Congresso Nacional a promover mudança na alíquota dos royalties da mineração pagos pelas empresas. Intitulada "Minério com mais justiça -como está não dá para ficar. Mudança nos royalties do minério já!", a campanha é liderada pelo governador do Estado, Antonio Anastasia, e pelo senador Aécio Neves, ambos do PSDB. Eles articularam apoio na sociedade civil organizada, como as seções mineiras da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). O movimento terá início amanhã. Atualmente, o valor da Cfem (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) é de até 3% do faturamento líquido das mineradoras. O faturamento líquido é o valor de venda do minério menos tributos, despesas com transporte e seguro que incidem na comercialização. No caso do minério de ferro, a alíquota paga pelas mineradoras é de 2%. Projeto de Aécio que tramita no Senado eleva os royalties desse mineral para 5% do faturamento bruto das mineradoras. EMPRESAS SÃO CONTRA As empresas são contra a mudança. Dizem que já pagam muitos tributos e que, se houver mudança, perderão competitividade. A favor dos defensores da mudança está o aumento da taxação, pelo governo da Austrália, do lucro das empresas exploradoras de minério de ferro. A Austrália é um dos principais produtores mundiais, como o Brasil. Em abril do ano passado, durante viagem a Minas, a presidente Dilma Rousseff também se manifestou favoravelmente ao aumento dos royalties da mineração. O governo Dilma deixou claro que a União pretende mudar as alíquotas que incidem sobre a produção com o que chama de modernização do marco regulatório do setor mineral. TAXA Minas e Pará, os maiores produtores de minério de ferro do país, instituíram em março deste ano uma taxa que é cobrada das mineradoras por tonelada explorada. As empresas foram à Justiça sob a alegação de inconstitucionalidade da medida, porque os Estados não poderiam legislar sobre tema de competência da União. Começou, então, uma disputa judicial. A Vale, maior mineradora do país, obteve vitória na primeira instância da Justiça mineira, mas o governo estadual recorreu e derrubou a decisão. No Pará, a vitória da Vale foi parcial. Ela não recolhe a taxa para o Tesouro estadual, mas tem de depositar o valor em juízo. Outro país que discute o tema é a África do Sul, que decidirá em dezembro se suas reservas minerais, estimadas em US$ 2,4 trilhões, serão nacionalizadas. Caso o país decida pela nacionalização de seu patrimônio mineral, o Estado terá de volta todos os direitos que atualmente estão nas mãos de gigantes como a inglesa Anglo American. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |