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Análise

Sucesso de tablet da Microsoft dependerá de preço e aplicativo

DO “FINANCIAL TIMES”

O tablet Microsoft Surface (superfície) merece o nome que tem, por enquanto.

Sabemos que cara o produto tem, mas só saberemos como serão seu desempenho e suas vendas quando ele chegar às mãos do consumidor.

Os resenhistas estão limitados a debater os recursos (porta USB; base de apoio; teclado fino), e os analistas vão tergiversar como costumam ("a execução será crucial").

E o tablet precisa ter excelente desempenho, devido a um dilema: os aparelhos móveis se tornaram populares com os consumidores principalmente por causa dos aplicativos feitos para eles, mas os programadores que criam esses aplicativos só trabalham com aparelhos que se tenham provado populares.

O fato de que o tablet virá equipado com o pacote de software Microsoft Office, com o qual os tristes habitantes das baias de trabalho empresariais estão condenados a conviver todos os dias, não significa que o Surface tenha resolvido esse problema.

O preço também será crucial. O smartphone Lumia, lançado pela parceria Microsoft-Nokia, provou que mesmo um produto sólido e de recursos diferenciados pode enfrentar dificuldades com os consumidores, especialmente se for caro demais.

Como produzirá o Surface com sua marca, a Microsoft terá controle completo sobre o preço. Até o momento, informou apenas que os preços serão "competitivos". Por que não adotar valores agressivamente baixos, a fim de romper o impasse do mercado?

Se presumirmos que o custo do modelo mais barato, equipado com o Windows RT, é de US$ 400, a empresa poderia vender 10 milhões de unidades a US$ 300 (com grande desconto ante o iPad mais barato nos EUA) e ainda assim sacrificar só 4% de sua receita antes de impostos.

Os consumidores tendem a equacionar preço e valor, e a Microsoft tem uma marca forte a proteger. O mais importante é que a empresa precisa levar em conta os fabricantes mundiais de PCs, da Hewlett-Packard à Lenovo.

Eles não vão produzir tablets equipados com o Windows caso tenham de concorrer contra o Surface subsidiado. A Microsoft terá de pensar antes de alienar os parceiros que ajudaram a fazer de sua linha de software um dos negócios mais lucrativos de todos os tempos.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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