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Análise / Ambiente

Pesquisas retratam avanços sustentáveis da mineração

RINALDO CÉSAR MANCIN
ESPECIAL PARA A FOLHA

A implementação do desenvolvimento sustentável, tão debatido na Rio+20, depende de medidas ponderadas e factíveis atreladas a um modelo econômico inovador eficiente e aberto à inclusão social.

Entre os diversos segmentos produtivos, a mineração apresenta avanços desde a Rio-92, bem como lacunas que precisam ser ocupadas com mais ações.

Esse é o principal apontamento de estudos recentes, expostos nesta última conferência. Foram realizados pelo setor mineral, com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM).

A indústria brasileira pretende assumir o protagonismo rumo à economia verde.

A mineração se destaca nesse contexto. É estratégica porque os bens minerais são essenciais para as inovações tecnológicas em quase todos os campos, incluindo a geração de energia limpa, por exemplo.

Não obstante a óbvia necessidade de conhecer mais o potencial geológico brasileiro para enfrentar isso, a indústria mineral tem aplicado recursos expressivos -econômicos, humanos e administrativos- no equacionamento de questões ambientais e sociais.

Pesquisa com as principais mineradoras com atuação no Brasil sobre a evolução desses indicadores nos últimos 20 anos mostra que há um crescente comprometimento empresarial em relação à adoção de práticas de gestão de impactos ambientais, econômicos e sociais.

Um exemplo é a gestão dos riscos ambientais. Nos anos 1990, 30% das mineradoras tinham objetivos e metas ambientais; 40%, mecanismos de verificação; e 35%, preparação para atendimento às emergências ambientais.

Já no ano passado, 90% das empresas do setor afirmaram ter todos os instrumentos de gestão de riscos.

Uma evolução significativa atribuída, em grande parte, ao maior envolvimento dos diversos níveis hierárquicos na responsabilidade pela gestão ambiental, antes restrita aos profissionais de ambiente.

Outro avanço apontado pela pesquisa diz respeito às ações tomadas pelas mineradoras que extrapolam a exigência legal: 45% revelaram que em 1990/95 adotavam medidas adicionais às determinadas pelo licenciamento no que se refere à preservação de áreas com ecossistemas naturais e 33% declararam que também realizavam compensação por "serviços ambientais".

Atualmente, esses dois conjuntos de ações são executados por 93% das empresas.

Em contrapartida, a divulgação dos indicadores socioambientais ainda não traduz para as partes interessadas (comunidades impactadas pelos projetos minerais, por exemplo) o efetivo desempenho das empresas nesse campo. É o desafio a ser superado.

RINALDO CÉSAR MANCIN é diretor de assuntos ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração.

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