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Endividamento das famílias cresce em junho

Alta reverte tendência de queda ao acompanhar maior oferta de crédito, diz economista

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O percentual de famílias brasileiras com dívidas subiu para 57,3% em junho, ante 55,9% no mês anterior, quebrando um movimento de queda iniciado no mês de junho de 2011.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada ontem.

O levantamento da CNC define endividamento como a existência de um compromisso futuro de um pagamento, que não precisa estar necessariamente atrasado.

De acordo com Marianne Hanson, economista do CNC que coordenou a pesquisa, houve um crescimento expressivo da oferta de crédito em 2010 e 2011, levando ao aumento do endividamento.

Para ela, a desaceleração do crescimento econômico e a menor criação de vagas no mercado de trabalho se refletem no comportamento das famílias. "Elas tendem a ficar mais cautelosas e reduzir o consumo para não comprometer tanto a renda familiar com dívidas", afirma.

"Mas, com a redução das taxas de juros dos bancos, o crescimento do endividamento pode ser retomado", diz.

Hanson diz que há uma diferença clara entre a Peic e a pesquisa do Banco Central (BC), que anteontem divulgou que a inadimplência chegou ao recorde de 8%.

"O BC considera o volume de crédito concedido e estabelece o percentual desse valor total que está com atraso superior a 90 dias", diz.

A Peic também analisa produtos não relacionados ao setor financeiro, como carnês, desconsiderados pelo BC.

INADIMPLÊNCIA

De acordo com a pesquisa, o percentual de famílias com contas em atraso permanece o mesmo de junho de 2011. Entre maio e junho, caiu de 23,6% para 23,2%.

O cartão de crédito foi apontado como o principal tipo de dívida por 74,8% das famílias, seguido pelos carnês (19,7%) e pelo crédito pessoal (10,4%).

O estudo também aponta queda no percentual de famílias que dizem não ter condições de pagar suas contas ou dívidas atrasadas no próximo mês.

Neste junho, 7,5% das famílias declararam não ter condições de pagar seus débitos, ante 7,8% em maio de 2012 e 8,4% em junho de 2011.

A pesquisa entrevistou 18 mil consumidores em todas as capitais do país e no DF.

(MARCELO ALMEIDA)

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