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'New York Times' põe no ar site em mandarim

Página dirigida à classe média da China é baseada fora do país para evitar censura

DE PEQUIM

O jornal "The New York Times" colocou no ar ontem um site de notícias em mandarim direcionado à "educada, afluente e global" classe média chinesa.

No primeiro dia, porém, a publicação teve seu microblog bloqueado por algumas horas pela censura.

A página é de acesso gratuito e publicará em média 30 textos diários. Dois terços serão traduções do inglês. O restante será produzido em mandarim pela Redação, com 30 novos contratados.

O "Times" informou que os princípios editoriais serão os mesmos e que, para evitar interferência da censura, a página está baseada fora da China, evitando os trâmites para registro no país.

"A China opera uma barreira virtual muito rigorosa. Não temos controle sobre isso. Temos a esperança de que os funcionários do governo chinês recebam bem o que estamos fazendo", afirmou Joseph Kahn, editor da seção internacional do jornal.

No primeiro dia, os artigos publicados incluíram uma reportagem sobre a pressão oficial sofrida pela família de uma chinesa que tornou público um aborto tardio forçado e uma análise sobre a eleição presidencial americana. Nenhum foi bloqueado.

O site em inglês do "Times" está liberado na China. Algumas vezes, porém, a censura bloqueia artigos específicos.

Por outro lado, a conta do "Times" chinês no weibo (Twitter chinês) esteve bloqueada durante parte do dia.

O "Times" não é o pioneiro nesse tipo de iniciativa -o britânico "Financial Times" e o americano "Wall Street Journal" já mantêm páginas em mandarim. Mas são publicações com foco em economia, área em que o governo dá mais liberdade na cobertura.

(FABIANO MAISONNAVE)

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