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Evento de tecnologia debate limites para partilhar informações globais

Conclusão é que difusão de dados de empresas, de pessoas e de governos é positiva para todos

Encontro na Escócia reuniu 850 pessoas de 72 países; palestras mostraram vantagens de informações livres

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A EDIMBURGO

Ganhar dinheiro, lançar negócios, salvar o mundo, se divertir, fazer amigos, aprender. Por uma semana, 850 pessoas de 72 países se reuniram em Edimburgo, na Escócia, com alguma dessas intenções, ou todas, em mente.

Pagaram US$ 6.000 cada uma (cerca de R$ 12 mil, fora transporte e acomodação) e assistiram a mais de 70 palestras sobre temas que variam de empreendedorismo a física quântica, de avanços da medicina a crimes on-line.

Foi isso o que aconteceu no TED Global, que terminou na sexta-feira. O evento é a versão europeia de um outro (chamado somente de TED) que ocorre todos os anos, em fevereiro, na Califórnia.

A sigla significa Tecnologia, Entretenimento e Design, mas não se restringe a isso.

O tema deste ano foi "radical openness" (abertura radical, numa tradução literal), e a intenção era discutir até que ponto o compartilhamento total de informações empresariais, pessoais e governamentais é positivo.

O escritor Don Tapscott fez a primeira palestra e defendeu que a abertura é essencial para as empresas.

Segundo ele, é na troca de ideias e na busca conjunta de soluções que todos vão lucrar. Citou o exemplo de um vizinho que tinha uma mineradora, mas que não conseguia encontrar ouro.

Em vez de desistir do negócio, publicou na internet todos os dados de que dispunha e lançou um concurso.

Daria US$ 500 mil a quem demonstrasse se em suas terras realmente havia o minério e como extrai-lo. Conseguiu, e o valor de sua empresa se multiplicou por cem.

Na mesma linha foi Rachel Bostman, autora do livro "What's Mine is Yours: The Rise of Collaborative Consumption" ("O Que é Meu é Seu: O Nascimento do Consumo Colaborativo", em tradução livre). Ela falou sobre como pequenas empresas se beneficiam da internet para criar credibilidade para suas marcas ao tornar pública a avaliação dos clientes.

Já o americano John Wilbanks não luta pela abertura de dados empresariais, mas pelo compartilhamento de dados médicos das pessoas.

Defende que os resultados de um simples exame de sangue a sequenciamentos de genoma fiquem disponíveis na rede para que se transformem num banco de dados a ser usado por pesquisadores em busca da cura de doenças.

Claro que a abertura tem aspectos negativos, e a antropóloga Gabriella Coleman mostrou como o Anonymous, grupo mundial de hackers, usa a rede para atacar empresas e governos.

Marc Goodman, especialista em crimes cibernéticos, foi apocalíptico. Disse que devemos viver com medo, pois a facilidade com que as informações fluem e os avanços da robótica e da biociência só aumentarão o número de ameaças que nos cercam.

Os vídeos de algumas palestras do TED Global 2012 estão em www.ted.com.

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