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Alta no preço dos imóveis novos desacelera em SP

Aumento foi de 6,3% nos cinco primeiros meses do ano, ante 10% em 2011

Os lançamentos de unidades residenciais recuaram 31,4% na cidade, segundo pesquisa do Secovi-SP

MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO

Após forte alta em 2011, os preços dos imóveis novos na capital paulista estão desacelerando. O valor do metro quadrado subiu 6,3% entre janeiro e maio, ante crescimento de 10% no mesmo período do ano anterior.

A previsão do setor é encerrar o ano com elevação entre 10% e 15%, segundo dados do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), bem abaixo dos 26% de 2011.

Segundo especialistas, apesar de estar crescendo em menor velocidade, a alta é significativa, uma vez que os preços já estão em patamar elevado.

"A economia está desacelerando e o governo vem revisando as previsões para o PIB [Produto Interno Bruto]. Apesar disso, a alta dos imóveis chegou a 6,3% neste ano", afirma Emílio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.

Um dos principais fatores de pressão no custo é a escassez de terrenos que servem para incorporação.

"É cada vez menor o número de terrenos com possibilidades de construção." Para minimizar o problema, Kallas diz que seria necessária a revisão do Plano Diretor de São Paulo, de 2002.

A revisão prevê mudanças nas diretrizes para o ordenamento da cidade, como as regras do uso do solo.

"Além disso, a burocracia nos processos de licenciamento dos projetos resulta em maior custo dos empreendimentos, que é repassado para o consumidor." O prazo para aprovação de um projeto chega a quatro anos.

LANÇAMENTOS

A redução na oferta de imóveis também poderá pressionar os preços neste ano.

Os lançamentos de unidades residenciais na capital paulista recuaram 31,4% nos primeiros cinco meses do ano ante o mesmo período de 2011 e atingiram o menor resultado entre janeiro e maio desde 2009, auge da crise internacional.

Ao mesmo tempo, as vendas de unidades novas tiveram alta de 13,1% no período, segundo dados do Secovi-SP.

Para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da Fundação Getulio Vargas (FGV), o mercado passa por um momento de ajuste.

"Houve formação de estoque durante o ano passado como resultado das vendas fracas. As empresas agora estão reduzindo os lançamentos como forma de equilibrar a oferta."

Eliane Monetti, professora da Universidade de São Paulo (USP), destaca ainda que as construtoras reduziram o ritmo após dificuldades para entregar empreendimentos dentro do prazo nos últimos anos.

O crescimento dos negócios também é resultado de uma base de comparação mais fraca: as vendas em 2011 recuaram 21% e chegaram no menor nível desde 2005.

A pesquisa mostra ainda que o VGV (Valor Global de Vendas) ficou em R$ 5,08 bilhões até maio, valor que corresponde a aumento de 6% sobre o resultado dos cinco primeiros meses de 2011.

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