Análise

Segmento residencial vive fase marcada pela prudência

Os lançamentos de imóveis residenciais na cidade de São Paulo tiveram uma queda de 31,4% de janeiro a maio deste ano ante o mesmo período de 2011, aponta a Embraesp. O Secovi-SP informa que o total de vendas cresceu 13,1% no mesmo período.

Esses dados mostram o resultado da estratégia de não manter estoques elevados de unidades em construção.

Os produtos bem planejados -adequados aos anseios e à capacidade de pagamento do mercado- são absorvidos em prazos menores que os previstos para construção. Com produtos de qualidade, as empresas não carregam estoques de unidades prontas.

Estoques de imóveis em construção não são problemas desde que a velocidade de vendas seja adequada para que a empresa não tenha imóveis prontos na carteira, o que reduz a capacidade de giro e provoca perdas.

A compra da casa própria exige cenário de conforto às famílias para que invistam a poupança no imóvel e comprometam parte do orçamento num longo financiamento.

Perspectivas de adversidades na economia causam desconforto, o que faz a demanda de mercado se retrair, como ocorreu em 2008.

As evidências indicam que os empreendedores estão sendo prudentes, abstendo-se de colocar novas ofertas no mercado antes de esvaziarem a carteira de imóveis em construção, pois o ambiente econômico do segundo semestre ainda é uma incógnita.

Se, no correr dos meses, aparecer sinal de melhora na economia, é de se prever que as empresas multipliquem os lançamentos.

Se somarmos à conjuntura econômica o rescaldo das perdas das empresas em 2011 -o que provocou revisão nos sistemas de formação de preços, controles de custos e até estratégia de produção-, este ano deve ser marcado pela prudência no mercado imobiliário residencial.