Análise

Inteligência é caminho para superar crise da indústria

Os resultados de produção e venda, em junho, da indústria automobilística vêm associados a perspectivas de um ano pouco abaixo de 2011.

Muito provavelmente, o governo vai prorrogar os incentivos fiscais atuais, pois tem alardeado o compromisso de proteger o segmento industrial das intempéries da economia global, evitando assim erosão acentuada do PIB.

Após expandir-se nos últimos anos, a indústria tem hoje dois desafios: dar boa exaustão à capacidade de produção instalada e ajustar-se a um ambiente de mercado no qual a procura se equilibra melhor com a oferta.

A boa combinação de uma adequada linha de produtos com um marketing inteligente é o caminho para superar tais desafios. Como, por exemplo, os coreanos estão a provar na Europa e nos EUA.

Nesse quadro, em que o setor tenta convencer governo e opinião pública de sua expressiva contribuição ao PIB industrial, é comum o movimento de ingresso e saída de pessoal das montadoras, seja como dispensa, "layoff'' (suspensão do contrato de trabalho) ou PDV (Plano de Demissão Voluntária).

A indústria automobilística tem atividade de risco proporcional ao seu gigantismo e não pode conceder garantia de emprego condicionada a incentivos tributários. Se os consumidores não compram seus produtos, não há como manter o funcionamento pleno e os empregos intocados.

Enquanto a terapia aplicada à indústria for privilegiar o curto prazo, nunca a veremos realmente competitiva.

Nessa repetição de velhas concessões do governo, pergunte-se quando foi a última vez que seu concessionário o procurou para prover assistência técnica preventiva ou, municiados com bom produto e marketing inteligente, sugeriu substituir seu veículo.

Se você comprou um carro usado, quantas vezes foi procurado por um profissional oferecendo atendimento e presteza na substituição por um veículo ainda mais novo?