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Executivos aumentam jornada com cena instável

Tensão econômica gera sobrecarga de trabalho

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Redução de 17% na criação de postos de trabalho e tensão no cenário econômico. A instabilidade que ronda o mercado hoje tem um efeito direto na agenda de executivos: jornadas mais extensas, segundo especialistas consultados pela Folha.

Em tempos de turbulência, as tarefas invadem os fins de semana e os profissionais ficam até mais tarde no escritório, diz Betania Tanure, professora da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica).

Para o professor da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) Roberto Heloani, o medo de demissão e o corte de pessoal explicam a ampliação dos horários. "É lógica aritmética: cortam-se postos, mas o trabalho não diminui."

O gerente de vendas Alan Birck, 32, chegou a ter problemas de saúde por excesso de horas no trabalho. Há três anos, assumiu uma gerência operacional e passou a trabalhar até 18 horas por dia.

Separou-se, teve gastrite e precisou se afastar por 15 dias. Na volta, mudou de setor e passou a gerir o tempo. "Sou mais produtivo, mesmo trabalhando oito horas", diz.

As mulheres se incomodam mais do que os homens com longas jornadas, dizem os especialistas. Executivas sentem-se pressionadas a demonstrar que são qualificadas e se sobrecarregam mais.

"Muitas mulheres acreditam que precisam trabalhar o dobro para terem o mesmo reconhecimento", diz Ana Maria Rossi, da Isma (International Stress Management Association), associação de controle do estresse.

Para Tanure, por mais que tenha empregados, a mulher se sente responsável pelas tarefas domésticas, ao contrário dos homens.

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