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Commodities

Produtores querem selo de qualidade para o cacau baiano

Objetivo é reerguer a cultura no sul da Bahia e certificar produto com 'sabor e aroma típicos', dizem agricultores

Expectativa é que o selo de qualidade, com até 50 informações sobre o produto, possa chegar ao mercado até 2013

EDER LUIS SANTANA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SALVADOR

Na tentativa de reerguer a cultura do cacau no sul da Bahia após a praga da vassoura-de-bruxa, produtores locais se articulam para certificar produtos derivados do fruto colhido na região.

A expectativa é que o selo de qualidade, concedido a produtos ou serviços característicos de uma área, possa chegar ao mercado até 2013.

A confecção depende da aprovação do registro de IG (Indicação Geográfica), concedido pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), órgão federal.

Trata-se de comprovação de qualidades específicas da área de produção, uma forma de agregar reputação e identidade ao material.

Um diferencial baiano, dizem os produtores, é o modo de plantio que garante sabor e aroma típicos.

"O cacau do sul da Bahia é plantado embaixo da mata atlântica. E a planta precisa de sombra para se desenvolver melhor. Isso gera uma composição de solo, fertilidade e nutrientes que agrega qualidade", afirmou a secretária-executiva do Instituto Cabruca, Adriana Reis.

O Inpi reconhece 25 IGs nacionais e 5 internacionais. Entre eles estão a carne bovina e derivados do pampa gaúcho, e vinhos e espumantes do vale do Vinhedo (RS).

O selo possui código de barras com até 50 informações do produto. Nos chocolates, por exemplo, poderá ser identificado o percentual de cacau utilizado. O Brasil é o sexto maior produtor de cacau no mundo e o terceiro consumidor de chocolate, atrás dos EUA e da Alemanha.

Antes da vassoura-de-bruxa, fungo que devastou as plantações no final dos anos 1980, a produção local chegava a 400 mil toneladas por ano. Nos anos seguintes, caiu para 120 mil toneladas, deixando fazendas vazias e trabalhadores desempregados.

A reação tem ocorrido de forma lenta, devido ao endividamento dos produtores e da baixa remuneração e lucratividade da lavoura. Desde 2010, há aumento na colheita, hoje em torno de 200 mil toneladas por ano.

Como não consegue produzir sua capacidade máxima de 240 mil toneladas, o Brasil é obrigado a importar cacau da África e da Ásia.

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