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Análise

Aumento da mistura do álcool para 25% ajuda Petrobras e é bom para as usinas

MAURO ZAFALON
COLUNISTA DA FOLHA

A Petrobras tem bons motivos para pedir ao governo a volta da mistura do álcool anidro para 25%. A safra sucroalcooleira deste ano não terá grandes mudanças em relação à anterior. Isso significa que a importação de gasolina, que vem aumentando, vai continuar aquecida.

Distante do mercado externo nos últimos anos, o país não tem uma logística apropriada para a compra de um volume grande de gasolina. Falta estrutura de armazenagem nos portos, e a logística de distribuição para o interior do país é complicada.

O maior uso de álcool na grade de consumo do brasileiro traria menos prejuízo à Petrobras e diminuiria os investimentos das distribuidoras, que têm de levar esse combustível para todo o país.

Mesmo com a alta de preço liberada para a gasolina, a empresa teria prejuízos crescentes com essa evolução das importações, principalmente devido à alta do dólar.

O cenário de safra deste ano pouco muda sobre o de 2011. Mas o abastecimento, como ocorreu em 2011, deve ser assegurado.

Um aumento da mistura de álcool anidro dos atuais 20% para os 25% aliviaria o caixa da Petrobras -que teria de importar menos-, mas forçaria as distribuidoras a buscarem álcool de milho nos Estados Unidos para complementar o abastecimento.

O tempo dessa proposta da estatal, no entanto, não é o mais apropriado. O início de safra com o percentual de mistura definido em 20% fez muita empresa transformar o álcool anidro que tinha em estoque em hidratado.

O álcool anidro é o misturado à gasolina, enquanto o hidratado é o que vai diretamente ao tanque. Ou seja, a importação de álcool anidro poderá ser ainda maior.

A elevação da mistura é boa para as usinas, que podem ter uma demanda maior de anidro, produto que praticamente tem o preço garantido e rende mais.

Ainda seria uma saída para o setor porque o açúcar, o grande competidor do etanol nas safras anteriores, está com queda de preço. Queda nos preços externos do açúcar leva as usinas a produzirem mais álcool, desde que o preço fique competitivo.

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