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Queda chinesa afeta pouco o Brasil, diz FMI

Estudo incluiu 64 países, divididos entre fornecedores de commodities e de industrializados

DE PEQUIM

O Brasil seria o menos afetado, entre os principais fornecedores de commodities à China, caso a segunda economia mundial sofra forte desaceleração, aponta relatório do FMI divulgado ontem.

"Os maiores exportadores de commodities, como Austrália e Brasil, com economias mais diversificadas, sofrem quedam relativamente menores em crescimento", afirma o FMI sobre o impacto projetado de uma desaceleração chinesa em um grupo de 64 países.

Segundo o estudo, a queda de um ponto percentual no crescimento da taxa de investimento (principal motor da economia chinesa) provocaria uma redução inferior a 0,1% no PIB brasileiro.

Esse percentual para o Brasil é bem próximo à média projetada para a economia mundial. O impacto global seria cinco vezes maior em comparação com 2002, em mais um sinal da crescente importância da China para os demais países.

Na outra ponta está o Chile, com economia centrada na exportação de cobre. O PIB daquele país sofreria redução próxima a 0,4% por cada ponto percentual a menos no ritmo de investimento chinês.

O impacto no Brasil é pequeno também se comparado a fornecedores de produtos industrializados à China. Ali, o mais afetado seria Taiwan ( cerca de -0,9%) e o menos afetado é a Alemanha (aproximadamente -0,1%).

Em outro cálculo, o FMI previu que o preço do minério de ferro, principal produto brasileiro de exportação à China, cairia 1,6% em um ano caso o importante setor imobiliário sofra forte contração.

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Além do minério de ferro, as exportações para o gigante asiático se concentram em outras commodities: soja, petróleo e celulose.

"POUSO SUAVE"

Apesar das projeções para cenários adversos, o FMI afirma que a China vem conseguindo o objetivo de promover uma desaceleração suave de sua economia.

"Em linhas gerais, estamos confiantes de que a China esteja experimentando o que chamaríamos de pouso suave", disse Markus Rodlauer, vice-diretor do departamento de Ásia e Pacífico do FMI.

"Isso significa crescimento de cerca de 8%. É menos do que no passado, mais ainda é muito favorável em comparação com o que está acontecendo em volta de nós."

O estudo adverte, porém, que a China tem de realizar reformas profundas para manter o crescimento.

As recomendações incluem a diminuição da importância do investimento no PIB e o aumento do consumo interno, avaliação semelhante à do próprio governo chinês.

(FABIANO MAISONNAVE)

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