É difícil enxergar o 'negócio da vida', receita milionário

Em meados dos anos 1980, quando um colega de trabalho o convidou para dar aulas de inglês, o então jovem analista de sistemas Carlos Wizard Martins topou sem ter noção de que aquele se tornaria o negócio de sua vida.

Vinte e cinco anos após abrir, em 1987, a primeira escola de idiomas Wizard, o empresário de 55 anos acredita que sua trajetória sirva de exemplo a outros empreendedores brasileiros.

"Aceitei o convite [para dar aulas], mas era só um complemento de renda. Não consegui no início visualizar o potencial dessa atividade, só comecei a descobrir com o passar do tempo", diz. "Muitas vezes, o pequeno empresário tem uma atividade lucrativa, promissora, e não consegue ver seu potencial."

No fim de abril, Wizard Martins lançou "Desperte o Milionário que Há em Você", livro baseado na própria trajetória -que há 11 semanas figura entre os mais vendidos das áreas de administração, economia e negócios na lista elaborada pela Folha a partir de dados fornecidos pelas principais livrarias do país.

A obra, diz ele, é uma forma de devolver à sociedade a prosperidade que obteve.

"Quis compartilhar a minha visão e indicar como a pessoa pode ter um empreendimento próprio e desenvolvê-lo", diz o empresário, para quem o atual momento econômico brasileiro é o mais pródigo na produção de milionários. "Muitos não têm um espelho [para seguir]."

Wizard Martins quer ser esse espelho. Hoje, está à frente do Grupo Multi, que fatura cerca de R$ 3 bilhões por ano e controla redes de franquias de cursos livres de idiomas, informática e reforço escolar, no Brasil e no exterior.

No crescimento da atividade empresarial, ele afirma ser normal que algumas peças do quebra-cabeça se encaixem "ao longo da jornada". Existem, no entanto, pré-requisitos fundamentais.

"A pessoa tem que ter perfil empreendedor. Quem pensa em garantir o mínimo com um emprego não tem esse perfil", diz, lembrando de quando deixou a rotina de funcionário de uma multinacional para sistematizar um modelo de negócio para as aulas de inglês. "A pessoa precisa identificar o talento que tem e ver se, com ele, atende uma necessidade do mercado. O sucesso vem da combinação da aptidão individual com o atendimento de uma demanda em grande escala. Se não tiver escala, não dá fortuna", pontua.