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Bolsa reage em julho, mas ainda acumula perdas no ano de 2012

Aplicações que seguem juros perdem para a inflação pelo IGP-M

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

A Bolsa reagiu em julho, ficou perto de zerar as perdas no ano e voltou a liderar o ranking das aplicações financeiras com a relativa melhora no humor dos investidores em relação à crise na Europa.

No mês passado, a Bolsa paulista teve valorização de 3,21% no Ibovespa, principal termômetro dos negócios com ações no país. Foi a maior recuperação desde a alta de 4,34% de fevereiro. No ano, porém, a Bolsa acumula perda de 1,16%.

Depois da Bolsa, ouro e dólar foram, respectivamente, as melhores opções de investimento em julho. O metal subiu 2,47% e o dólar, 1,99%, terminando julho em R$ 2,05.

No caso do ouro, opção de investimento pouco acessível a pequenos aplicadores, a alta está também relacionada à desvalorização do real.

Em 2012, o dólar segue liderando o ranking de aplicações com valorização de 9,68%, só perdendo para a alta de 11,47% do ouro.

INFLAÇÃO

Julho foi também o mês de uma alta surpreendente da inflação, que corroeu o ganho da maioria dos investimentos atrelados a juros. O IGP-M, índice que mede a inflação ainda na indústria e nos atacadistas, subiu 1,34% -o dobro do 0,66% de junho.

Os fundos DI tiveram ganho bruto de 0,66% -líquido de 0,51% a 0,56% após descontado o Imposto de Renda, que varia de 15% (resgate após dois anos) a 22,5% (menos de seis meses).

A antiga poupança, que tem ganho fixo de 6,17% ao ano, rendeu 0,51% líquido em julho, acumulando uma valorização de 3,84% no ano.

Já na nova poupança, que rende 70% da taxa Selic, o ganho em julho foi de 0,46%.

Para William Eid, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), apesar da leve recuperação, a Bolsa segue arriscada por conta da crise e das perspectivas menores de crescimento no Brasil.

"Claro que o Brasil é afetado pela crise. Daqui para a frente, vamos sofrer um pouco mais. A Bolsa está barata, mas pode ficar ainda mais."

"O Ibovespa ainda vai operar preso dentro desses limites. A crise continua e a saída parece que será muito lenta", disse Mauro Halfeld, professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

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