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Editoras se adaptam a livros 'enriquecidos'

Obras oferecem recursos como efeitos sonoros e vídeos, acessados a partir de e-books

DE SÃO PAULO

Ainda com participação tímida no mercado de livros brasileiro, as vendas de e-books devem ganhar impulso nos próximos anos com a chegada ao país de grandes empresas, como a Amazon e a Bookstore, da Apple.

A evolução dos formatos dos livros eletrônicos -com a introdução dos "enhanced books", com recursos adicionais de áudio e vídeos, e dos aplicativos de livros- e o estímulo do governo ao uso de livros didáticos digitais também ajudarão na evolução do mercado.

A avaliação é de especialistas e empresários do setor, que se reuniram ontem em São Paulo em seminário sobre educação, tecnologia e cultura, a Contec Brasil.

O evento foi organizado pela Feira Internacional do Livro de Frankfurt, que se prepara para instalar um escritório no Brasil em 2013.

"Os e-books irão definir o crescimento da indústria editorial pelos próximos anos", disse Helge Braga, diretor da Wiley Brasil, editora de livros acadêmicos e técnicos norte-americana.

A companhia, que instalou escritório no Brasil há seis meses, tem 40% da receita vinda de produtos digitais.

A expectativa é que as receitas com vendas digitais sejam também expressivas no Brasil, já que os editais do governo para compra de material didático já exigem conteúdo eletrônico.

Na área de livros infantis, algumas editoras já apostam nos "enhanced books", ou livros "aprimorados". As primeiras versões nacionais com a tecnologia surgiram no final de 2011.

O livro "aprimorado" oferece recursos como efeitos sonoros e vídeos, que podem ser acessados a partir do texto eletrônico.

Novos títulos que utilizam o formato devem estar no catálogo da iBookstore e da Amazon no país, afirma Bruno Valente, diretor de novas mídias da Punch!, que desenvolve aplicativos para editoras e conversão de livros para formatos digitais.

Em 2011, a companhia criou um aplicativo para tablet do livro infantil "O Menino da Terra", de Ziraldo.

O programa mistura trechos do livro com animações e permite, por exemplo, a gravação de áudio -para que as crianças possam ouvir parte do texto narrado previamente pelos pais.

"Alguns editores têm medo do digital, mas há mercado para tudo e todos", afirma Valente. "Um formato não inviabiliza o outro."

Com faturamento de R$ 870 mil em 2011, os e-books ainda representam menos de 0,5% do mercado editorial brasileiro -nos EUA, essa participação é de 15%.

Foram lançados 5.200 títulos eletrônicos no Brasil no ano passado, ante 58.200 impressos, segundo a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, feita pela Fipe, a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

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