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Caixa ganha mercado e lucra 25% mais

Crédito cresce 44,6% ao ano na instituição pública, enquanto nos demais bancos a expansão média é de 17%

Com alta proporção de financiamento de imóveis, banco tem menos inadimplência que os concorrentes

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Principal aposta do governo para estimular a concorrência bancária, a Caixa Econômica Federal encerrou o primeiro semestre de 2012 somando 3,33 milhões de novos clientes e ampliando sua participação de mercado no crédito brasileiro.

Focada prioritariamente no crédito imobiliário, o banco estatal teve um crescimento agressivo nas demais linhas de crédito no primeiro semestre, resultado da campanha do governo pela redução dos juros e pelo refinanciamento de clientes com dívida em outros bancos.

Na Caixa, os empréstimos crescem em ritmo anual de 44,6%, enquanto a média do mercado é de 17%.

Nas demais linhas de crédito, o crescimento foi ainda maior: de 56,2%. É o maior crescimento entre os grandes bancos brasileiros.

O resultado foi um lucro de R$ 2,8 bilhões no período, volume 25,2% superior ao primeiro semestre do ano passado e a melhor performance entre os grandes bancos.

INADIMPLÊNCIA

Isso só foi possível porque o banco estatal manteve praticamente estável a inadimplência, minimizando a necessidade de separar recursos para cobrir eventual risco de calote, como ocorre com os demais bancos.

Historicamente, a Caixa tem inadimplência baixa porque a maior parte dos empréstimos é da compra da casa própria, que tem imóvel como garantia e apresenta menores índices de atraso.

No segmento imobiliário, a inadimplência segue em 1,8% do total dos financiamentos, praticamente estável desde o 1,7% de dezembro.

Nas demais linhas de crédito, os pagamentos em atraso somam 3% dos empréstimos -mesmo patamar desde dezembro e abaixo dos 5,8% da média do mercado.

"Crescemos sem abrir mão da qualidade de crédito. Não houve nenhuma mudança no nosso modelo de risco", disse Raphael Rezende Neto, vice-presidente da Caixa.

CAPITALIZAÇÃO

Para manter o atual ritmo de empréstimos, a Caixa vai precisar de um aporte de recursos do governo, ainda sem data, mas que deve ocorrer ainda em 2012. O mercado fala em uma capitalização de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões.

"Estamos discutindo o assunto com o Ministério da Fazenda. Existe uma disposição do governo de que isso não será um problema para expandir o crédito da Caixa", disse Marcio Percival, vice-presidente da Caixa.

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