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Santander corta juros e desafia rivais no crédito imobiliário

Bancos vão oferecer combos de serviços para bancar taxa menor

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Após a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, o Santander decidiu fazer um corte agressivo nos juros do financiamento imobiliário, segmento de maior crescimento no crédito brasileiro.

É o primeiro banco privado a reduzir essas taxas, mas deve ser acompanhado pelos demais, apurou a Folha.

O crédito imobiliário trabalha com regras rígidas para usar o dinheiro da poupança, ainda a principal fonte de recursos, fazendo com que a maioria dos bancos tenham taxas e condições parecidas.

A exceção era a Caixa, líder com 72,6% desse mercado, mas em junho foi seguida pelo Banco do Brasil, que entrou atrasado no ramo.

No caso do Santander, as maiores reduções serão para novos clientes, que trouxerem conta de outro banco (conta-salário) e adquirirem um pacote de serviços do segmento Van Gogh, de alta renda, que custa R$ 45 mensais.

Esses clientes terão taxa de 8,8% ao ano mais TR (Taxa Referência) no financiamento de imóveis de até R$ 500 mil. Até então, a taxa média para esse cliente era de 10% mais TR. O teto é 11% mais TR.

TENDÊNCIA

"É uma redução significativa que aponta uma tendência para os bancos privados. Assim como a Caixa, eles devem criar combos de produtos para conseguir melhorar as taxas e se pagar com a venda de outros serviços", diz Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site que compara taxas e produtos.

"Conforme os ganhos com juros vão caindo, os bancos vão tendo que ganhar dinheiro com serviços", diz Luis Santacreu, da Austin Ratings.

Na prática, segundo Prata, os bancos privados já concedem taxas abaixo das anunciadas para não perder bons clientes para outros bancos.

Segundo José Roberto Machado, diretor de negócios imobiliários do Santander, o objetivo é ganhar mercado e promover relacionamento de longo prazo com o cliente.

Entre os bancos privados, o Santander tem o maior crescimento no crédito imobiliário. A carteira cresce em ritmo anual de 58%, enquanto a média de mercado é de 30%. No Itaú, o crescimento anual é de 43%, e no Bradesco, de 58,8%. O balanço do BB sai na terça-feira.

Em maio e junho, BB e Caixa melhoraram as condições. A Caixa reduziu em até 21% as taxas e ampliou de 30 para 35 anos o prazo máximo. Depois, o BB praticamente igualou as condições, dando desconto de 0,5 ponto para o cliente que paga em dia.

"Esse movimento era esperado. O imobiliário é a próxima fronteira do crédito e onde se dará a maior concorrência bancária nos próximos anos", diz Marcelo Labuto, diretor de empréstimo do BB.

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