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Análise

Retomada de contratações será defasada e pode vir só em 2013

CAIO MACHADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

As notícias sobre os dados de emprego industrial divulgados pelo IBGE não foram boas. Mas esse resultado não chega a ser surpreendente. Os números apenas acompanham os dados decepcionantes da atividade da indústria. Com efeito, no primeiro semestre a produção fabril caiu 3,8%, na comparação com o mesmo período de 2011.

A piora do cenário externo, que reduziu sobremaneira o volume de transações internacionais, contribuiu para esse quadro nada benigno.

A deterioração da economia argentina, em particular, e a escalada de medidas protecionistas de nosso vizinho prejudicaram sensivelmente as exportações de manufaturados (que têm na Argentina seu principal destino).

O recrudescimento da crise europeia e a desaceleração dos EUA e da China pesaram sobre a confiança do empresariado. O consumidor brasileiro também se retraiu, refletindo um excesso de endividamento e uma oferta de crédito mais seletiva.

Contudo, avolumam-se evidências de que a atividade doméstica ganha tração neste terceiro trimestre. A inflexão nos setores de bens de capital e de bens de consumo duráveis (provável reação aos estímulos do governo) é exemplo disso.

O emprego industrial deverá responder a essa melhora, mas de forma defasada, talvez só em 2013. Isso porque a indústria produz hoje uma mesma quantidade de bens que antes, com a utilização de quantidade maior de mão de obra: há espaço para ampliar a produção sem acelerar as contratações em um primeiro momento.

CAIO MACHADO é economista da LCA

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