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Emprego da indústria encolhe pelo 4º mês

Produção fabril ainda abaixo da capacidade não segura ocupação; empresário está em compasso de espera, diz IBGE

Queda nas horas pagas pode indicar lentidão nas contratações, mesmo com retomada de produção

DO RIO

Afetado pelo baixo ritmo de produção nas fábricas, o emprego na indústria recuou em junho pelo quarto mês consecutivo.

O IBGE divulgou ontem que o pessoal ocupado no setor caiu 0,2% em junho em relação a maio. Ante o mesmo período do ano passado, a queda foi de 1,8%, o maior recuo desde dezembro de 2009.

O emprego no setor encolheu mesmo com a produção industrial tendo parado de cair no mês.

Segundo o IBGE, a produção registrou leve aumento de 0,2% em junho ante maio.

O impulso veio do setor automotivo, que aumentou as vendas com a redução do IPI.

"Os resultados refletem em grande parte o menor dinamismo que marca a produção industrial nos últimos meses", disse o economista do IBGE Rodrigo Lobo.

Os dados do setor indicam que, mesmo num cenário de retomada da produção, a recuperação do emprego industrial será lenta.

"O empresariado está em ritmo de espera do aumento substancial da produção para voltar a contratar. Enquanto isso, usa a mão de obra existente. Em seguida, aumentará as horas extras", prevê Lobo.

Só no estágio seguinte o empresário deve voltar a contratar mão de obra.

Considerado um indicador de intenção de contratações, o número de horas pagas no setor caiu mais do que a própria ocupação em junho (-0,3% ante maio).

SÃO PAULO

O principal impacto negativo sobre o desempenho do emprego industrial foi registrado em São Paulo.

No Estado, a queda foi de 3,5%, impulsionada por resultados ruins em 14 dos 18 setores investigados na pesquisa feita pelo instituto.

Os piores resultados aconteceram nas indústrias de produtos de metal (-14,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,2%), metalurgia básica (-16,9%), transporte (-4,2%), vestuário (-8,7%) e têxtil (-8,2%).

"Esses setores estão sendo impactados pelo câmbio ainda valorizado, além de outras razões como o 'custo Brasil' e os efeitos da crise global", disse Mauro Rochlin, professor de economia do Ibmec. (VENCESLAU BORLINA FILHO)

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