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Mercado questiona se Facebook já chegou até o fundo do poço

Ações já caíram 42,6% desde que empresa abriu capital, em maio

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Enquanto o Facebook tenta criar estratégias para ganhar dinheiro e a simpatia dos investidores, o mercado analisa com cautela os próximos passos de Mark Zuckerberg, seu fundador e presidente-executivo, tentando descobrir se suas ações já chegaram ao fundo do poço.

Na sexta, as ações fecharam em US$ 21,80, acumulando desvalorização de 42,6% desde que a empresa abriu capital, em maio. O principal desafio é provar que consegue gerar receita com seu quase 1 bilhão de usuários, em especial nos celulares.

Do lado dos otimistas está o analista Brian Wieser, da Pivotal Research, o primeiro a recomendar a venda das ações logo após seu IPO devido ao alto preço (US$ 38).

No final de julho, ele passou a incentivar a compra com a expectativa de um crescimento na publicidade.

Neste ano, a rede já apresentou cerca de dez novidades em suas ferramentas de anúncio, como levar para a plataforma móvel o polêmico recurso "histórias patrocinadas", que faz com que os cliques "gostei" dos usuários sejam transformados em propaganda, sem autorização.

Segundo o Facebook, o site gerou US$ 1 milhão por dia em propaganda até o final de junho, metade em aparelhos móveis. Não foi o suficiente para impedir o prejuízo de US$ 157 milhões, anunciado no primeiro balanço, levando suas ações a serem negociadas abaixo dos US$ 20.

"O Facebook não é propenso a dar detalhes sobre planos financeiros, então é possível que as ações continuem anêmicas por algum tempo", disse à Folha David Kirkpatrick, autor do livro "O Efeito Facebook" e ex-editor de tecnologia da "Fortune".

A empresa tem águas turbulentas pela frente. Nesta semana, foi anunciada a saída de três executivos importantes e, nos próximos meses, o mercado pode ser inundado de ações, quando pessoas próximas das negociações forem liberadas para vender suas ações.

Além disso, Zuckerberg também precisa mudar o costume de seus usuários. Uma pesquisa Reuters/Ipsos mostrou que quatro em cada cinco usuários nunca tinham comprado produtos a partir de publicidade no site.

"O Facebook tem uma montanha enorme para escalar quando o assunto é modelo de negócio", disse Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da Forex.com. "Vai levar alguns trimestres até solucionar um dos maiores desafios da indústria on-line: como fazer propaganda ser "cool" para os jovens."

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