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'Estudioso', mineiro comandará projetos

Apelido foi dado por colegas de Bernardo Figueiredo, que sempre aponta estudos e projetos ao expor sua opinião

Caberá a Figueiredo dirigir a empresa estatal de projetos estratégicos do setor de rodovias e de ferrovias

NATUZA NERY
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

O anúncio do PAC das concessões de rodovias e ferrovias tornou público ontem o que, até então, era percepção interna no governo: Bernardo Figueiredo é capitão do time da presidente Dilma Rousseff na área de transporte.

Sua nova função, dirigir a empresa estatal de projetos estratégicos do setor, foi guardada a sete-chaves e considerada um dos mais importantes anúncios de ontem.

A empresa vai gerenciar todo o desenvolvimento do transporte, incluindo as áreas de hidrovias, portos e aeroportos, áreas cujos planos de concessão ainda não saíram do forno.

Um colega de trabalho resume em bom português: "Ele está em todas".

É hoje um reconhecido interlocutor da presidente da República. Tanto que ganhou, dela, o comando de uma estatal. À frente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Figueiredo vai voltar a sua origem: ele começou sua carreira na área de transporte na década de 1970 no antigo Geipot, uma gestora pública de projetos extinta na década de 1990.

O Geipot planejava todo o sistema de transporte do país, de rodovias a aeroportos, exatamente como vai acontecer agora com a EPL. Outra coincidência: algumas das ferrovias listadas no pacote de concessão foram concebidas justamente nesse órgão.

No governo, alguns o apelidam de "o estudioso". Em todos os projetos em que se mete, aponta estudos e projetos que consultou para emplacar opiniões. E elas têm prevalecido no governo.

Os modelos de concessão do trem-bala e das ferrovias, muito semelhantes, foram ideias geradas por ele e por sua equipe enquanto estava na diretoria-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Figueiredo comandou a agência até o início do ano, quando teve seu nome rejeitado pelo Senado para voltar ao cargo. No período de quarentena, em que não podia trabalhar, ele se afastou do governo. Mas Dilma e o ministro Paulo Passos (Transportes) convenceram-no a voltar.

Figueiredo tem respeito no mercado por seu conhecimento do setor de transporte. Mesmo grupos que têm seus interesses contrariados por decisões tomadas por ele reconhecem que elas são fundamentas e difíceis de serem revertidas.

Sotaque mineiro inconfundível e jeito simples, Figueiredo vive numa fazenda a cerca de 50 km de Brasília. Odeia ternos e gravatas e fuma cigarros de palha.

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