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Imposto menor e crédito aceleram vendas

IBGE mostra alta do comércio, principalmente nos bens que dependem de crédito

PEDRO SOARES
DO RIO

Os produtos que tiveram queda no preço por causa de redução de impostos -veículos, móveis e eletrodomésticos como geladeira e fogão- foram os principais responsáveis pela reação do comércio no mês de junho.

Em maio, as vendas haviam ficado praticamente estáveis em relação a abril (-0,8%), mas reagiram em junho, crescendo 1,5%, segundo levantamento do IBGE.

A redução de IPI promovida pelo governo para aquecer a economia, porém, só prosperou graças a um cenário de melhora do crédito, com taxas de juros menores, bancos mais dispostos a emprestar e os primeiros sinais de estabilização da inadimplência, diz o economista Paulo Neves, da LCA.

Diante das condições mais favoráveis e de uma prevista redução do endividamento, analistas enxergam uma retomada mais firme neste segundo semestre, puxada por setores dependentes de crédito e vendas a prazo.

Dois ramos que precisam financiar seus produtos foram os principais motores do comércio em junho: veículos (crescimento de 16,4% ante maio) e móveis e eletrodomésticos (5,3%).

O resultado de automóveis não integra o índice geral do varejo porque o setor também vende por atacado, ao lado do de material de construção.

O indicador que agrega também esses dois ramos teve desempenho ainda melhor: alta de 6,1%, impulsionada por veículos.

Bruno Fernandes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), crê que o crédito ditará a dinâmica do varejo até o fim do ano e resultará numa melhora do consumo das famílias, que terá impacto principalmente no PIB do último trimestre.

O economista diz, porém, que o resultado de junho foi "um ponto fora da curva". "Não haverá uma explosão das vendas."

Para Neves, o mercado de trabalho já dá sinais de esgotamento, com o rendimento crescendo menos. Com isso, o crédito será "determinante" para o comércio. A CNC prevê um crescimento de 7% do varejo em 2012.

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