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Análise

Etanol precisa de política clara na matriz energética

VASCO DIAS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Não é de hoje que o setor sucroenergético clama por condições concretas para seguir investindo no etanol combustível.

Por isso, é indispensável que haja uma política clara do governo em relação ao etanol na matriz energética brasileira.

Mesmo sem essa política, o setor privado já realiza aportes na tentativa de atender plenamente o mercado interno, por meio do investimento na melhoria da produção dos canaviais e em tecnologias que aumentem a produtividade.

A indústria aposta alto em tecnologia para tirar maior proveito da atual área plantada, seja por meio da melhora da primeira geração, seja no etanol de segunda geração e em outras culturas que possam incrementar a produção.

O país já conta com importantes centros de pesquisa, como o Centro de Tecnologia Canavieira. Mas, ainda assim, é preciso incentivar a pesquisa por meio de investimentos e parcerias com grandes companhias.

Enquanto novas unidades ainda não se mostram economicamente viáveis, o setor investe na ampliação da capacidade das já existentes, além do aprimoramento dos processos agrícolas e industriais, na mecanização do campo e na formação de profissionais mais qualificados.

As últimas medidas anunciadas pelo governo, que incluem as linhas de crédito do BNDES para a recuperação dos canaviais e o financiamento para estocagem, também são iniciativas importantes para revalorizar o setor.

Entretanto, é preciso ir além das medidas de efeito paliativo.

O segmento sucroenergético precisa de políticas e investimentos de longo prazo para que o etanol de cana-de-açúcar continue sendo um ativo valorizado no país, capaz de gerar empregos, divisas e investimentos.

O etanol pode e deve ser a principal aposta do Brasil para se tornar uma potência em energia renovável.

Temos condições naturais e expertise que nenhum outro país possui.

Com políticas e investimentos consistentes e, em especial, previsibilidade, podemos elevar significativamente os índices de produção.

O caminho é longo, mas possível de ser alcançado.

VASCO DIAS é presidente da Raízen, joint venture entre Shell e Cosan.

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