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Inflação traz dúvida sobre se juros caem pela última vez no ano

Apesar de crescimento baixo, seca provocará alta de preços ao consumidor, prevê analista

DE SÃO PAULO

Analistas dão como certo que a taxa básica de juros será reduzida hoje para 7,5%, novo piso histórico. Mas a preocupação com a volta da inflação põe em dúvida os próximos passos do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central.

A autoridade monetária começou a cortar a taxa básica de juros há um ano, antevendo que a crise na Europa afetaria a atividade no Brasil.

Em agosto do ano passado, os juros estavam em 12,5% e foram caindo até chegar aos atuais 8% ao ano.

Além da crise no exterior, a economia local foi afetada por outros fatores, como a seca das lavouras no início do ano, a queda dos investimentos e o enxugamento do crédito dos bancos.

Isso resultou numa atividade praticamente parada, diagnóstico contra o qual o governo lançou uma série de estímulos, além do corte dos juros.

No mercado de juros futuros, as apostas ontem eram que o BC seguirá cortando a taxa para garantir a retomada da economia. Os contratos com vencimento em janeiro fecharam a 7,26%.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o BC poderá reduzir os juros para até 7%, uma vez que há menos espaço para os estímulos fiscais, dada a arrecadação menor.

Para o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, o corte de hoje deverá ser o último do ano. Na sua opinião, os incentivos dados pelo governo já surtem efeito e a inflação voltou ao radar.

O aumento dos preços dos alimentos, devido à seca nos EUA, chegará às carnes e afetará o consumidor, prevê Romão, que revisou para cima a projeção para a inflação deste ano de 5% para 5,2%.

Mas os efeitos dessa alta, afirma ele, tendem a ser passageiros e os preços devem perder força no ano que vem.

(MARIANA CARNEIRO)

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