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Quebra do milho nos EUA deverá ser maior

Seca norte-americana provoca preço recorde nas negociações das Bolsas de commodities

MAURO ZAFALON
COLUNISTA DA FOLHA

O mercado de commodities volta toda a atenção para o novo relatório de oferta e demanda de grãos, que será divulgado hoje pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Os números apresentados até agora não são animadores. A indicação de safra a ser divulgada hoje -e as próximas- deve ser ainda pior.

Virginia McGathey, operadora na CBOT (Chicago Board of Trade), acredita que os números do Usda vão apresentar nova queda entre 10% e 15% na produção.

Se a estimativa dela estiver correta, a quebra de safra poderia ficar próxima de 115 milhões de toneladas neste ano.

As previsões iniciais de produção de milho eram de 376 milhões de toneladas nos EUA nesta safra 2012/13, mas o próprio Usda já admitia, em agosto, quebra de 102 milhões de toneladas.

A quebra ocorre devido à forte seca no Meio-Oeste americano, a principal região produtora de grãos. O pior é que essa seca se soma a outras ocorridas na América do Sul, na Europa e na Oceania.

Os EUA, o Brasil e a Argentina deixaram de produzir 175 milhões de toneladas de milho e de soja desde a safra 2011/12. Esse volume é superior a toda a safra brasileira de grãos, que deverá atingir 166 milhões neste ano.

A seca nos EUA, e a consequente quebra de produção, trouxe preços recordes nas negociações das principais Bolsas de commodities.

A Bolsa de Chicago, a principal nesse setor, negociou milho a US$ 7,8 por bushel (25,4 quilos) ontem, enquanto a soja esteve a US$ 17 por bushel (27,2 quilos).

McGathey acredita que números ainda piores de produção possam elevar os preços do milho para patamar próximo dos US$ 9 por bushel.

Fernando Muraro, da Ag-Rural, diz que a quebra realmente foi grande e que a produção dos EUA pode ficar em 255 milhões de toneladas.

Se os números se confirmarem, a quebra ficaria próxima dos 120 milhões de toneladas, 20% mais do que as safras do Brasil e da Argentina.

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