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Escolaridade e impostos influenciam investidores

Qualidade da infraestrutura é outro ponto analisado pelos estrangeiros

São Paulo, Minas Gerais e Rio são os Estados mais competitivos do país, segundo estudo de consultoria britânica

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

Escolaridade dos trabalhadores, qualidade da infraestrutura e nível da carga tributária foram alguns dos fatores analisados com lupa por empresas de fora antes de decidir onde investir no Brasil nos últimos anos.

Estados que conseguiram reduzir a taxa de analfabetismo e manter a carga tributária relativamente estável foram os que se saíram melhor.

Investidores também levaram em conta melhorias na malha rodoviária e tamanho do mercado consumidor.

Essas são as conclusões de um estudo dos pesquisadores Adriana Bortoluzzo e Maurício Bortoluzzo, do Insper, e Sergio Sakurai, da USP, sobre os fatores que influenciaram a distribuição de investimento estrangeiro direto (IED) nos Estados.

Os dados analisados são os do censo de capitais estrangeiros, levantados pelo Banco Central para os anos de 1995, 2000 e 2005.

"O investimento estrangeiro direto direcionado ao Brasil tem aumentado muito, mas a distribuição pelos Estados permaneceu bastante desigual", diz Adriana.

Segundo ela, não é possível isolar um fator mais relevante para a atração do IDE. Mas o estudo deixa claro, de acordo com Adriana, que escolaridade elevada e carga tributária mais baixa ajudam a influenciar as decisões.

"Os resultados mostram que os investidores são sensíveis a variações da carga tributária e que incentivos fiscais funcionam", afirma.

Segundo cálculos dos pesquisadores, uma redução de um ponto percentual na carga tributária de um Estado leva a um aumento de cerca de 25% no IDE per capita. Já a redução de um ponto percentual na taxa de analfabetismo resulta em acréscimo de aproximadamente 7%.

Outro indicador analisado foi o custo da mão de obra, que não apresenta variações bruscas entre os Estados.

Mas os que tiveram queda no custo da mão de obra -normalmente associada a maior oferta de trabalhadores provocada por fatores como elevado fluxo migratório- também se beneficiaram com mais investimentos.

Melhorias na malha rodoviária também foram analisadas pelos pesquisadores, que perceberam que Estados com menor extensão de estradas pavimentadas normalmente apresentam nível mais baixo de IDE per capita.

Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso eram os três Estados com os maiores níveis de IDE per capita em 2005. Com os patamares mais baixos apareciam Paraíba, Alagoas e Piauí.

ÍNDICE

Outro estudo, feito pela consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit) a pedido do CLP (Centro de Liderança Pública), concluiu que fatores como infraestrutura, recursos humanos e regime tributário e regulatório estão entre os que têm maior impacto sobre a competitividade dos Estados.

A EIU elaborou um índice que avalia o ambiente de negócios com base em oito fatores diferentes.

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais aparecem como os três Estados mais competitivos do país.

Segundo Luiz Felipe d'Avila, diretor-presidente, do CLP, os governos estaduais têm demonstrado preocupação em melhorar o ambiente de negócios para atrair mais investimentos.

"Eles sabem que é importante melhorar a competitividade, principalmente neste momento em que o Brasil tem atraído muitos recursos de fora", afirma d'Avila.

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