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Embaixador rebate críticas dos EUA sobre aumento de tarifas

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O embaixador brasileiro perante a OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevedo, afirma que não há razão para as críticas lançadas pelo governo dos Estados Unidos contra o aumento de tarifas no Brasil.

O país elevou alíquotas de importação para cem produtos, inclusive máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos e químico-setores relevantes para a indústria norte-americana.

"A desvalorização cambial promovida pelos EUA compensa qualquer tipo de aumento das tarifas. A recente decisão do Fed [Federal Reserve, o banco central americano] de injetar recursos na economia americana favorece suas exportações", afirmou Azevedo à Folha.

Na semana passada, o embaixador dos Estados Unidos para a OMC, Michael Punke, declarou em entrevista coletiva em Genebra que o país está "extremamente preocupado" com as recentes ações brasileiras.

Segundo Punke, Brasil e Argentina estão dificultando ainda mais a negociação da travada Rodada Doha, de liberalização do comércio, com suas medidas protecionistas.

Com a decisão brasileira, as tarifas para a lista de produtos chegam a cerca de 25% -abaixo do limite acertado com a OMC, que é de 35%. O embaixador observa que a medida é legal e que "o Brasil está agindo dentro de seus direitos no sistema da OMC".

"Em um momento de crise, adotamos medidas que não agradam aos parceiros comerciais. Mas também há países aumentando os subsídios na área agrícola, prejudicando os interesses dos agricultores brasileiros", comenta Azevedo.

Embora o aumento brasileiro de tarifas seja legal, sem argumentos jurídicos que possam contestá-lo na OMC, espera-se que o governo americano continue exercendo reclamações de teor político contra as medidas que prejudicam suas exportações.

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