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Celular lidera reclamações no Procon

Aparelho representa 14% das críticas dos consumidores, seguido por computador; Oi é a empresa com mais queixas

37% dos protestos feitos ao Procon não foram resolvidos pelas empresas; governo promete plano de ação

DE BRASÍLIA

O celular foi o produto que causou maior dor de cabeça para o consumidor brasileiro no ano passado.

O aparelho lidera lista de assuntos mais levados ao Procon em 2011, de acordo com análise de 152 mil reclamações que compõem cadastro organizado pela Secretaria Nacional do Consumidor.

No ano anterior, os celulares já lideravam a lista.

A insatisfação com produtos representa 52% do total das reclamações. Assuntos financeiros (22,1%) e serviços essenciais (15%) também motivaram o brasileiro a abrir processo administrativo contra os fornecedores.

Ao anunciar os números ontem, o governo destacou que a reclamação provoca mais do que uma insatisfação no cliente.

"[Isso] eleva o custo econômico do processo", disse Juliana Pereira, secretária nacional do Consumidor. "Além de passar por órgãos públicos, ele acaba indo para o Judiciário. Isso é prejudicial para as relações de consumo."

SEM SOLUÇÃO

Pereira chamou atenção ainda para o número de reclamações que não foram solucionadas pelas empresas -das 153,1 mil registradas no Procon, 56,6 mil (37%) não foram atendidas.

"Não é razoável de forma alguma. Depois de o consumidor passar por tudo isso, tinha que ter no mínimo 100% de atendimento."

As empresas com pior desempenho nesse quesito serão convocadas ainda nesta semana pela secretaria para dar explicações. O governo pretende ainda cobrar um plano de ação para mudar os percentuais identificados.

O levantamento mostrou ainda que empresas de telefonia, varejo, bancos e fabricantes de eletrônicos estão entre as que lideram as reclamações -a operadora Oi está na frente no ranking.

As informações foram obtidas com base em reclamações levadas a 170 Procons -de um universo de cerca de 500 em todo o país.

COBRANÇA

Problemas com cobrança são a razão principal das queixas de consumidores.

O tema representa 28,1% dos assuntos levados aos Procons cadastrados no sistema do governo -eles estão distribuídos em 24 Estados e no Distrito Federal.

Problemas com garantia de produtos (24%) e vício ou má qualidade (18,9%) também são alvo de queixa do consumidor brasileiro.

Ao divulgar os números, o governo elogiou o órgão de defesa do consumidor, mas cobrou maior agilidade das empresas que são alvo de críticas recorrentes.

"De cada 10 consumidores que procuram os Procons, 8 procuraram as empresas. Quando o consumidor chega, ele tem pressa", afirma Pereira.

(FLÁVIA FOREQUE)

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