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Mercado de cursos tem até aula sobre os tomates

Com cursos em 17 áreas, Livraria Cultura lança programa em 2013

Temas seguem os dos livros nas prateleiras em versão mais pop de negócio inaugurado pela Casa do Saber

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Depois do sucesso da Casa do Saber e do surgimento de uma série de iniciativas menores, como centro cultural b-arco e o espaço Revista Cult, a Livraria Cultura se prepara para adentrar no mercado de cursos livres.

Em fevereiro, quando deve inaugurar sua mais nova loja, no shopping Iguatemi, em São Paulo, a livraria lança o Cultura em Curso.

Com cursos de quatro, oito ou dez aulas de duração, a nova escola será uma espécie de versão pop da Casa do Saber, com aulas que custam 30% menos: R$ 90 em média, contra R$ 130 da rival.

As aulas acontecerão nos turnos da tarde e da noite, durante os dias da semana.

Os cursos disponíveis seguem as classificações de livros nas estantes das lojas: humanidades, ciências da mente, cultura oriental, temas africanos, cinema, literatura, negócios, viagem, gastronomia e cultura geek.

Até mesmo crianças serão contempladas, com cursos avulsos na parte da tarde.

No caso da programação infanto-juvenil, a ideia é oferecer uma distração para que as crianças brinquem de aprender enquanto as mães fazem compras no shopping ou na própria livraria.

Uma das aulas-piloto para crianças foi sobre o universo dos tomates, com direito a uma degustação e atividades em tablets.

O presidente da Livraria Cultura, Pedro Herz, diz que a motivação não é desenvolver um novo negócio, mas, sim, "gerar saber".

"Não estamos investindo pelo negócio, mas pode vir a ser. As universidades que existem por aqui são negócios. Mas a gente não começa com esse intuito."

Herz diz que os cursos da Cultura serão para aqueles que "querem" aprender, e não para os que "podem". "É para quem está mais interessando em se instruir do que em aparecer", diz, alfinetando a Casa do Saber.

Mário Vitor, sócio da Casa do Saber, diz que esse negócio não é para qualquer um. "Muitos tentaram [replicar o modelo da Casa do Saber] e desistiram. Esse é um negócio-butique que exige muita dedicação. O objetivo não é ganhar dinheiro, mas fazer algo que fascina a todos nós [sócios], a difusão do saber pelo saber."

O Cultura em Curso nasce em São Paulo, nas unidades dos shoppings Bourbon, Villa-Lobos e Market Place, além do Iguatemi. Dentro de seis meses, a ideia é replicar o modelo para as demais livrarias da rede, localizadas em nove Estados.

Por falta de espaço, a unidade do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, não deve abrigar cursos neste primeiro momento. O teatro da unidade já está com a programação tomada pelo próximo ano pelo menos.

Hamilton Correa, diretor-geral do Cultura em Curso, diz que os cursos não interferem na política da livraria de oferecer atividades gratuitas, como palestras e contações de histórias. São cerca de 5.000 atividades por ano, que funcionam como um investimento em marketing, atraindo público para as livrarias -função que os cursos pagos também devem cumprir.

Após os livros virtuais, negócio em que a livraria acaba de entrar, com a fabricante de tablets Kobo, os cursos estão sendo tratados internamente como "livro ao vivo".

Entrarão inclusive no sistema de vendas. Quando um vendedor fizer a busca de um livro sobre determinado assunto e houver um curso relacionado, ele estará treinado para oferecê-lo também.

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