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Ex-posseiros vão à Justiça contra cessão de terreno

DO ENVIADO A SUAPE (PE)

Há quatro meses, o agricultor Luis Abílio da Silva, 82, e sua mulher, Maria Luiza, 92, foram retirados de casa por ordem da Justiça e viram o lugar onde moravam ser destruído por um trator e marretas, numa ação de reintegração de posse.

Chovia, e a filha do casal Cleonice, 36, que também morava no local, protegia com uma sombrinha a sua caçula, Letícia, à época com duas semanas de vida.

No mesmo dia, mais quatro casas e uma capela ruíram no terreno de dez hectares do engenho Tiriri, onde 22 integrantes da família Silva e amigos viviam como posseiros havia 50 anos.

"Tiraram nossas coisas, engancharam a corda no trator e puxaram as paredes", afirmou o agricultor.

"Primeiro foi a capela, depois a casa." A família foi indenizada em R$ 48 mil pelas benfeitorias, mas não pelo terreno. Como outros posseiros, devem ir à Justiça.

Segundo a advogada dos Silva, Conceição Lacerda, a terra onde a família vivia foi vendida "de forma irregular" para Suape pela Cooperativa Agrícola do Tiriri.

A cooperativa, disse, recebeu do governo militar títulos de propriedade de sete engenhos para assentar seus filiados, mas os vendeu em 1980.

Uma cláusula proibia a destinação da terra para outros fins, diz a advogada, que pedirá à Justiça a nulidade da cessão dos engenhos à cooperativa.

O presidente de Suape, Frederico Amancio, nega irregularidades e diz que a Justiça autorizou as reintegrações de posse e as indenizações.

(FG)

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