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Outro lado

Presidente diz que homem, e não indústria, degradou região

DO ENVIADO A SUAPE (PE)

A área destinada às indústrias em Suape está perto de seu limite e, segundo o presidente da empresa, Frederico Amancio, uma grande expansão como a dos últimos anos não acontecerá novamente.

Amancio disse que Suape quitou seu passivo ambiental e negou que as indústrias sejam o principal fator de degradação ecológica. "Foi a ação do próprio homem."

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Folha - Um relatório de 2011 mostrou que, em dez anos, só 1 de 11 empresas com acordos de compensação ambiental cumpriu seu compromisso.

Frederico Amâncio* - Suape quitou seu passivo ambiental. Replantamos 240 hectares de Mata Atlântica. Ampliamos a área de preservação, de 48% para 59% do total. Sem medo de errar, Suape é o complexo industrial e o porto mais verdes do mundo.

Qual o impacto ambiental das indústrias em Suape?

As pessoas acham que o principal fator de degradação ambiental em Suape são as indústrias, mas não é verdade. Na realidade, foi a ação do próprio homem, de posseiros, de invasores, do plantio da cana-de-açúcar.

Indústrias não desmataram?

O desmatamento se deu por um processo histórico. Suape é uma composição de mais de 20 engenhos desapropriados.

Os posseiros reclamam que estão sendo expulsos de suas próprias terras.

Temos dentro do complexo 6.800 famílias, 25 mil posseiros. Em dez anos, vamos retirar todos. Alguns são antigos, mas estão em áreas de preservação ecológica. Eles são, sim, fatores de degradação ecológica, porque retiram a vegetação natural.

Os posseiros também reclamam dos valores das indenizações.

Suape não decide valor. Seguimos regras. Eles criaram a expectativa de receber pela área e, por questão legal, pagamos pelas benfeitorias.

Especialistas apontam as dragagens e a construção de um dique no rio Tatuoca como prejudiciais ao ambiente e à pesca em Suape.

Os planos de dragagens são aprovados pelo órgão ambiental. Discutimos projetos para recuperar a pesca artesanal na região, mas não é um problema local. A atividade passa por um processo difícil no Estado.

Suape está no limite?

Não vamos ter mais uma expansão muito grande dos projetos industriais. É uma estratégia que o desenvolvimento comece a ser descentralizado para o litoral norte.

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