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Especialistas dizem que juros ainda são altos e é preciso evitar o crédito rotativo

DE SÃO PAULO

As quedas das taxas não significam que elas estão baixas e sim menos altas, alertam os especialistas.

Segundo um estudo da ProTeste (associação de defesa do consumidor), no Brasil, quem entra no crédito rotativo -quando paga só o mínimo da fatura, hoje em 15%- paga taxa média de juro anual de 323,14%.

Por isso, a regra para o consumidor ainda é a mesma: evitar entrar no rotativo. E, para não ter dor de cabeça em um futuro próximo, o educador financeiro Mauro Calil diz que é preferível negociar a pagar o mínimo da fatura.

"Se for pagar a mínima, não pague. Ligue para a administradora e já negocie. Assim, provavelmente, você vai conseguir juros menores. Mas tem que ser proativo, tem que avisar antes", diz.

Além disso, é preciso aposentar o cartão de crédito até que o dono do plástico consiga sair dessa situação.

É recomendável verificar também que parte do seu patrimônio você poderia vender -de roupas ou discos antigos ao próprio carro.

"Veja quanto você consegue arrecadar com isso para quitar parte ou o total da dívida", diz Calil.

Outra opção é contrair uma dívida com o juro mais baixo e quitar a do cartão.

Mas ainda assim, é preciso contar com a disciplina. "Você vai ter que honrar a negociação feita e, vale lembrar que, se você foi indisciplinado com uma dívida nada garante que vai ser disciplinado com a outra", alerta Calil.

PREVENÇÃO

Para evitar o rotativo -e toda essa ginástica financeira- os educadores financeiros recomendam ter, no máximo, dois cartões de crédito.

Mas a soma dos limites deles não deve ultrapassar 50% do rendimento líquido da pessoa.

Antes de tudo isso, é importante fazer um orçamento para ter em mente quanto se pode gastar, além de tentar sempre juntar dinheiro e pagar a vista, quando o poder de barganha é maior.

"Tem pessoas que não conseguem esperar. Começam a pagar a prestação, mas não conseguem guardar dinheiro. Quando você faz as contas, vê que, às vezes, compra duas ou três vezes o bem que compraria se tivesse pago à vista", afirma o administrador de investimentos Fabio Colombo.

Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, o cartão não deve ser usado como ferramenta de crédito.

"É preferível buscar um crédito mais barato e não usar o cartão -pelo menos como forma de crédito e não de consumo. É importante saber usar o sistema e não combatê-lo", diz.

"No mundo das finanças, existem dois lados: o de quem paga juros e o de quem recebe juros. Quem paga dificilmente vai enriquecer. Já quem recebe provavelmente vai", afirma Calil.

(MPA E TS)

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