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Bilionária tenta salvar HP do precipício

Em crise, empresa aposta em plano de recuperação e no perfil carismático de Meg Whitman para voltar a crescer

Estratégia inclui mudanças na equipe de designers e nos PCs, que terão telas removíveis para virarem tablets

Frederick M. Brown - 26.out.2010/Getty Images
A presidente-executiva da HP, Meg Whitman, fala durante evento em Long Beach (Califórnia)
A presidente-executiva da HP, Meg Whitman, fala durante evento em Long Beach (Califórnia)

QUENTIN HARDY
DO “NEW YORK TIMES”, EM PALO ALTO, CALIFÓRNIA

Aos 56 anos, Meg Whitman já descobriu o que fará no terceiro ato de sua vida. Há pouco mais de um ano, a executiva (que se tornou bilionária como presidente do eBay e gastou uma fortuna tentando se eleger governadora da Califórnia) é a CEO da Hewlett-Packard (HP).

Hoje, a maior companhia do setor tecnológico americano em termos de receita parece ter sido jogada para escanteio. Desde que Meg assumiu a empresa, as ações despencaram em 24%. Ontem, chegaram ao menor patamar dos últimos dez anos.

Apesar de investir US$ 4 bilhões anuais em marketing, a HP vem sofrendo a mais rápida erosão entre as grandes companhias mundiais, de acordo com o grupo publicitário WPP.

Por que então aceitar o cargo? Parte da resposta pode estar no novo slogan que ela propõe para a empresa: "Fazendo importar".

Meg Whitman acredita na HP e que a companhia é importante para o Vale do Silício, a Califórnia e o planeta.

A executiva quer uma nova empresa, com mais foco no consumidor e na informação onipresente. Sua ideia é reformular os computadores com telas que possam ser removidas para funcionar como tablets, parecidos com o iPad, da Apple.

Segundo a executiva, a HP também irá ingressar no mercado de aparelhos móveis. As impressoras da companhia, sob ataque de concorrentes mais baratos, também estão sendo reformuladas.

DECLÍNIO

Administrar o declínio, ou, como prefere a CEO, "a transformação de antigos negócios", é sempre uma tarefa difícil para um executivo.

Para superá-lo, Meg vem tentando reproduzir o velho estilo dos cofundadores da HP, William Hewlett e David Packard: ela espera na fila para fazer refeições na cantina, faz videoconferências com os funcionários e pergunta se pode se sentar ao lado de seus subordinados.

"Não há nada de errado em comandar um negócio em declínio, desde que você esteja administrando esse declínio", diz. "Mas não é viável ter uma empresa que esteja inteira dessa forma."

Para Marc Andreessen, investidor do Vale do Silício e membro do conselho da HP que ajudou a contratar Meg, "ela compreende os clientes e o negócio". Embora não seja engenheira, "sabe muito bem como conversar com engenheiros".

PLANOS

Na tentativa de retomar sua posição de marca, a empresa espera vender mais computadores pessoais a partir de outubro.

Neste ano, a executiva dobrou a equipe de designers da divisão de computadores que agora conta com 60 pessoas -ainda pequena se comparada à da Apple.

Na apresentação anual da HP a investidores, ela culpou as várias mudanças em cargos de alto escalão nos últimos anos pela lentidão na recuperação da companhia.

Segundo ela, deve demorar até o ano fiscal de 2014 para que a recuperação torne-se visível.

"O grande desapontamento deriva do fato de que espera-se que as coisas piorem (no ano fiscal de 2013)", disse o analista Amit Daryanani, da RBC Capital Markets.

Tradução de paulo MIGLIACCI

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